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Arborização Urbana Paraná verde!

Publicado em 29 de agosto de 2023

A importância do planejamento da arborização urbana e da participação de um profissional habilitado 

Cidade de Maringá

O Paraná é o segundo estado brasileiro em número de cidades consideradas como Tree Cities of the World ou, em tradução livre, Cidade Árvore do Mundo. Em 2022, as cidades de Araucária, Cianorte, Ivaiporã, Marialva, Maringá e Paranaguá receberam o reconhecimento, que demonstra a liderança no manejo de árvores em áreas urbanas. 

No Brasil, 21 cidades foram reconhecidas e o estado de São Paulo lidera em número de municípios condecorados. “Por pouco tempo”, prevê a Engenheira Florestal Flávia Gizele König Brun, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus de Dois Vizinhos e conselheira do Crea-PR.

Ela afirma isso com base no protagonismo que o Paraná vem assumindo na questão da arborização urbana. Mesmo nem todas as cidades tendo seus Planos Municipais de Arborização (PMAU). Segundo dados do Ministério Público o Estado tem 23 planos aprovados, os demais estão com pedido de complementação ou foram reprovados, sendo a principal causa de reprovação a falta de um profissional habilitado e de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

“Mas uma parte dos municípios paranaenses tem feito a lição de casa. A soma das ações do ICMS Ecológico – instrumento que ajuda as prefeituras com repasse financeiro aos municípios que abrigam Unidades de Conservação ou mananciais para abastecimento de municípios vizinhos – e a obrigatoriedade dos Planos Municipais de Arborização têm dado frutos”, afirma Flávia.

E o gradativo aumento de cidades paranaenses reconhecidas como Tree Cities of the World é um destes resultados. “É interessante ver que nem sempre são grandes cidades ou Regiões Metropolitanas, a maioria são cidades menores, do interior”, ressalta. 

A importância do Tree Cities of the World, que é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Arbor Day Foundation, é o reconhecimento mundial do correto manejo da arborização. “Também possibilita aos municípios alternativas em turismo, por exemplo, com visitação e observação de árvores”, informa Flávia. 

A conselheira ainda evidencia o trabalho do Crea-PR em apoio a elaboração dos planos e aos municípios. Tem um representante do Conselho no Comitê Interinstitucional de Arborização Urbana do Ministério Público do Paraná acompanhando a análise dos documentos. A questão da arborização também é pauta de ações da Agenda Parlamentar e fiscalizações.

Em fevereiro de 2023 o Crea-PR averiguou 119 Planos Municipais de Arborização Urbana. Destes, 67 estavam regulares quanto à legislação profissional (56%), ou seja, com profissional habilitado e ART

Cidade de Maringá

Exemplo

Um exemplo na questão do gerenciamento da arborização urbana é a cidade de Maringá. A implantação inicial da arborizaçãofoi feita entre 1953 e 1954 e foram utilizadas espécies de médio e grande porte com floração durante todo o ano.

“Na década de 40 a cidade foi colonizada pela Companhia Melhoramentos e o cenário ao fim da construção de Maringá era devastador porque praticamente não tinha árvores. O projeto foi do urbanista paulista Jorge de Macedo Vieira, que já previa a plantação de árvores para que a cidade se tornasse um modelo”, conta o Engenheiro Florestal Maurício Bonesso Sampaio, do Instituto Ambiental de Maringá (IAM).

Cidade de Maringá

No final dos anos 40 e meados de 50 foi realizado o planejamento inicial de plantio pelo Engenheiro Agrônomo Luiz Teixeira Mendes, que trouxe espécies até da Ásia, como é o caso das tamareiras que seguem até hoje na cidade. “Foi um projeto que deu muito certo. A cidade é muito bem arborizada. Olhando do alto realmente parece uma floresta urbana”, conta Sampaio.

E de lá para cá há um empenho do poder público em manter e aumentar o número de árvores da cidade. “As calçadas têm quatro metros de largura com espaços permeáveis para preservar as árvores e os canteiros centrais têm dez metros e abrigam as maiores espécies, como as figueiras-brancas.”

No total, Maringá tem mais de 142 mil árvores em vias urbanas de 132 espécies diferentes, segundo o Diagnóstico da Arborização Viária feito de 2017 a 2021 e que embasou o Plano Gestor de Arborização Urbana de Maringá feito em parceria com diversos órgãos e entidades, incluindo o Crea-PR. 

“Maringá é uma cidade privilegiada porque sempre teve acompanhamento da arborização. No passado foram feitos dois inventários completos e de qualidade. Isso é raro”, observa o Engenheiro Florestal.

Exemplo de arborização Urbana em Cascavel

A meta agora é expandir a arborização de grande porte para os bairros, além de aumentar a eficiência na supressão de árvores condenadas, coibir a supressão ilegal e envenenamento, evitar podas de galhos inadequadas e de raízes e aumentar o plantio de mudas, que atualmente é uma média de duas mil por ano.

Maringá, por este exemplo, será sede do maior evento de arborização do Brasil e América Latina – o XXV CBAU – Congresso Brasileiro de Arborização Urbana e o IV CIAU – Congresso Iberoamericano, que acontecerão de 15 a 23 de setembro de 2023.

Vantagens da arborização urbana

>> Estabilidade climática e conforto ambiental

>> Qualidade do ar

>> Impactos na melhoria da saúde física e mental da população

>> Valorização imobiliária

>> Redução da poluição sonora e visual 

>> Biodiversidade

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