Engenharia Militar em defesa do País
O dia 3 de agosto é de dupla comemoração nas Engenharias. É data de celebrar os Engenheiros Militares e o Quadro de Engenheiros Militares (QEM) do Exército Brasileiro, composto por profissionais formados ou profissionalizados pelo Instituto Militar de Engenharia (IME).
A celebração é em homenagem ao dia do nascimento do patrono do Quadro de Engenheiros Militares, coronel Ricardo Franco.
Anteriormente, o dia do Engenheiro Militar – uma das profissões fiscalizadas pelo Crea-PR, era celebrado em 10 de abril. A mudança ocorreu durante uma plenária do CONFEA de 10 de dezembro de 2021, que decidiu unificar as datas.
Engenharia Militar
A Engenharia Militar divide-se em duas vertentes: de combate e de construção. A de combate apoia as armas-base, facilita o deslocamento das tropas amigas, repara estradas, pontes e eliminando os obstáculos à progressão e dificulta o movimento do inimigo. Uma operação de grande envergadura que depende diretamente da Engenharia, por exemplo, é a transposição de cursos de água obstáculo. Já a Engenharia de Construção, em tempo de paz, colabora com o desenvolvimento nacional, constrói estradas de rodagem, ferrovias, pontes, açudes, barragens, poços artesianos e inúmeras outras obras.
A Engenharia ajuda a abrir caminhos, lançar trilhos, perenizar rios e efetuar travessias. Trata-se de uma arma de apoio ao combate que tem como missão principal apoiar a mobilidade, a contramobilidade e a proteção, fator multiplicador do poder de combate.
Define-se como mobilidade o conjunto de trabalhos desenvolvidos para proporcionar as condições necessárias ao movimento contínuo e ininterrupto de uma força amiga. Os engenheiros fazem trabalhos como abertura de passagens em obstáculos, de transposição de cursos de água, de navegação em vias interiores, de conservação e reparação de pistas e estradas, de destruição de posições organizadas do inimigo, proporcionam condições para que a manobra tática obtenha rapidamente vantagens sobre a posição do inimigo.
Por outro lado, a contramobilidade é o conjunto de trabalhos que visam deter, retardar ou canalizar o movimento das forças inimigas para, a princípio, contribuir na destruição dessas forças. São trabalhos que proporcionam maior valor defensivo ao terreno, principalmente pela construção de obstáculos de acordo com a intenção do comandante tático, restringindo a liberdade de manobra do inimigo.
Já a proteção é o conjunto de trabalhos que visam reduzir ou anular os efeitos das ações do inimigo e das intempéries sobre a tropa e o material, proporcionando abrigo, segurança e bem-estar e ampliando a capacidade de sobrevivência das forças em campanha. Os engenheiros, em função do conhecimento técnico e do pessoal e material especializados, prestam assistência às tropas em combate ou realizam trabalhos de fortificações, camuflagem e instalações.
Quadro de Engenheiros
No Quadro de Engenheiros Militares, há diversas especialidades envolvidas, tais como cartografia, computação, comunicações, eletricidade, eletrônica, fortificação e construção, materiais, mecânica de automóvel, armamento e química. O oficial do QEM faz trabalhos técnicos dentro de suas especialidades em diversos órgãos e instituições.
O QEM tem a seu encargo a maior parte do trabalho técnico de engenharia não-combatente como a área de Ciência & Tecnologia, além da produção do material bélico nas fábricas e arsenais.
O IME é a instituição de ensino superior de Engenharia do Exército responsável pela formação e especialização dos oficiais do Quadro de Engenheiros Militares. Dedica-se à graduação de engenheiros em várias especialidades e à formação de mestres e doutores em programas de pós-graduação, integrando as atividades de ensino e pesquisa.
A Engenharia Militar segue se desenvolvendo, acompanhando e contribuindo para a evolução tecnológica em busca de proporcionar as melhores soluções nas diversas áreas de interesse do Exército. Assim, destacam-se a manutenção da operacionalidade da Força Terrestre com infraestrutura e serviços de tecnologia da informação e comunicações; o desenvolvimento de sistemas corporativos em busca da segurança da Tecnologia de Informação; a coordenação e execução das atividades cartográficas relacionadas às imagens e informações geográficas; o fomento da integração de Academia, Indústria e Defesa; a gestão da inovação no processo de pesquisa e desenvolvimento para obtenção de produtos de defesa pela Agência de Gestão de Inovação Tecnológica; prover sistemas e materiais de emprego militar de elevada complexidade tecnológica; as ações de avaliação e conformidade de materiais de emprego militar; os projetos e pesquisas do centro tecnológico; as ações fabris dos Arsenais de Guerra; a defesa química, biológica, radiológica e nuclear, por meio de seu instituto; as ações de defesa cibernética por intermédio de seu comando e correspondente estrutura interforças; bem como ensino, gestão e operação do Sistema de Comando e Controle do Exército.
Podem-se destacar também a atuação na indústria de material bélico do Brasil; o acompanhamento e a responsabilidade técnica na construção de obras de grande envergadura do Departamento de Engenharia e Construção; a crescente demanda da fiscalização de produtos controlados pelo Exército, por intermédio do Comando Logístico, entre outros.
A Engenharia Militar ainda atua no processo de transformação do Exército, por ser vetor fundamental para os objetivos voltados à operacionalidade da Força Terrestre. Nessa perspectiva, podem ser citadas a participação no desenvolvimento da viatura blindada de transporte de pessoal média sobre rodas Guarani; no Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron); na modernização dos meios de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro; na aquisição e modernização de viaturas do Sistema Astros; na busca da proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres (Proteger); na Obtenção de Capacidade Operacional Plena (Ocop), cujo objetivo é manter a capacidade operacional e contribuir com o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa; na Aviação do Exército; e na Defesa Cibernética, que incluiu o Brasil no seleto grupo de países capazes de desenvolver medidas de proteção e mitigação de ataques no campo cibernético.
Valorização profissional
O texto que acabou de ler faz parte de uma ação de valorização profissional que o Crea-PR começou no início de 2022. Acesse nossa área dedicada ao aniversário de nossas profissões e confira mais matérias como esta.
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