Dia do Engenheiro de Petróleo: profissão que unifica saberes

Uma profissão interdisciplinar, moderna e essencial para a defesa e uso estratégico do patrimônio nacional, o Engenheiro de Petróleo é o profissional habilitado para atuar em todas as etapas dos processos de extração de gás e petróleo e unifica saberes da engenharia, geologia e mineração. Entre suas atividades está a descoberta e exploração de jazidas de petróleo e gás natural, podendo trabalhar ainda no acompanhamento da avaliação, produção e transporte de seus derivados.

Quem se profissionaliza na área, está apto a trabalhar diretamente com o recurso energético mais valioso do mundo e com um recurso estratégico para a economia nacional. Atualmente, o Brasil conta com mais de 2 mil profissionais formados para esse mercado que atrai empresas (confira no infográfico mais informações sobre a profissão no Paraná), fomenta a economia e traz desenvolvimento tecnológico. Um deles é o jovem Selso Eziquiel de Souza Junior, de 25 anos. Morador de Curitiba, o jovem Engenheiro de Petróleo paranaense cursou a graduação na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em Balneário Camboriú.  A perspectiva otimista e moderna para o mercado foi uma das motivações de sua escolha profissional.

“Pesquisei e busquei quais seriam as profissões do futuro. Em uma visita do Colégio, conheci a refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, e fiquei encantado com as áreas de atuação. Pude conversar com profissionais que estavam nesse mercado e me animei muito. Essa visita e a expectativa do futuro com a exploração do pré-sal foram decisivos para minha escolha”, detalhou.

Formado em 2019, Selso faz parte de um grupo de profissionais graduados relativamente novo no país. A Engenharia de Petróleo, no Brasil, surgiu, inicialmente, como mestrado e doutorado. Os cursos de graduação nacionais tiveram uma explosão nos anos 2000, após a descoberta do pré-sal, em 2007, quando nosso país marcou sua entrada no cenário mundial de exploração e produção de petróleo.

Mas, se engana quem pensa que esse mercado profissional se resume apenas a petrolíferas, refinarias e indústrias petroquímicas. A atuação com derivados desse recurso natural oferece um espaço amplo, descentralizado e em pleno desenvolvimento. Foi nesse nicho que Selso encontrou possibilidade de atuação, sem precisar migrar para outra região do país.

“A empresa que estou hoje é do ramo de montagem e construção de obras de gasodutos, redes de saneamento pelo método de perfuração direcional e instalação de redes internas de gasoduto. Na obra que estamos atualmente, tenho a função de engenheiro de planejamento e produção, atuando na montagem de 30km de tubulação de gasoduto, que interliga dois municípios catarinenses”, afirmou.  

Por seu caráter interdisciplinar, o curso possibilita versáteis atribuições ao profissional formado. “Podemos atuar em diversos ramos na indústria, não somente em perfuração ou exploração. Outras possibilidades são a área de pesquisa, de simulação numérica, com derivados de petróleo, de transporte, de distribuição de combustíveis, montagem industrial de petróleo e seus derivados ou na área mecânica industrial de petróleo e seus derivados”, acrescentou. Como autarquia responsável por fiscalizar o exercício profissional dos Engenheiros, o Crea-PR, está diretamente ligado às determinações de quais são as atribuições do Engenheiro de Petróleo em nosso Estado, analisando através de suas Câmaras Técnicas, cada uma delas. Com essa atuação, o Crea-PR zela pela integridade e ética no exercício profissional, buscando impedir o exercício ilegal da profissão. 

Um reflexo da atuação profissional do Engenheiro de Petróleo para a sociedade como um todo, segundo Selso, é a evolução tecnológica e o desenvolvimento inovador para os meios de produção nacionais. “Essa é uma forma em que nossa profissão atinge, de modo positivo, todo o país. Com o uso de muitas tecnologias para a descoberta, pesquisa e exploração de petróleo, somos pioneiros do pré-sal e o país com as melhores tecnologias de exploração em alto mar, em águas profundas”, avaliou o Engenheiro.

Pelo caráter moderno e tecnológico, Selso pondera que uma dica valiosa para a profissão é a constante qualificação para acompanhamento do mercado. “Desde que me formei na graduação, não parei de estudar. Em nossa área é sempre importante buscarmos métodos mais modernos, eficazes e menos destrutivos, os quais só descobrimos com qualificação. Além disso, é preciso o domínio de línguas estrangeiras, já que atuamos em um ambiente ligado ao mercado internacional”.

Importância do petróleo no Brasil e no mundo

Hoje, o petróleo é responsável por 32,9% do consumo global de energia e por 47% do consumo no Brasil, ou seja, sua exploração ainda é fundamental para a sociedade moderna o que torna a presença de Engenheiros de Petróleo essencial no desenvolvimento da nação. Desse modo, para Selso, seja na atuação direta com esse recurso energético ou com seus derivados, esse é um mercado profissional promissor. “Devemos acreditar e investir nessa área. Temos um cenário favorável no país e fora dele para o futuro, com melhoria gradativa. É um mercado muito presente em nosso dia-a-dia, uma profissão que merece investimento e tem boas perspectivas pela importância econômica, tecnológica e desenvolvimentista que possui”, concluiu.

Dia do Engenheiro de Petróleo

A data de 29 de junho é dedicada aos Engenheiros de Petróleo em alusão à Resolução do Confea nº 218, de 29 de junho de 1973, que discriminou atividades das diferentes modalidades profissionais da engenharia e agronomia, entre elas a de Petróleo.