Mãe e filho: cumplicidade até na graduação

Conheça a história de Vitor e Irene, aprovados juntos no curso de Engenharia Elétrica da Unioeste, em Foz do Iguaçu

A aprovação em um vestibular é sempre carregada de muita emoção. É aquele momento em que os aprovados observam todo o esforço sendo recompensado e sentem fortemente o início de uma nova jornada para um futuro em construção. Imagine então os sentimentos que envolveram a aprovação de mãe e filho no mesmo curso, no mesmo campus. Essa história inspiradora é de Foz do Iguaçu e mostra o quanto as Engenharias seguem sendo um caminho escolhido, seja para jovens como Vitor Gabriel Cagol, ou para experientes como a mãe, Irene Cecília Cagol.

 A opção de Vitor pela Engenharia Elétrica tem como justificativa o gosto do jovem de 17 anos pela robótica. Como em Foz do Iguaçu, onde ele mora, e em municípios vizinhos o curso de Engenharia Mecatrônica não é ofertado, ele se identificou com a Engenharia Elétrica, graduação ofertada pela Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). Foi, então, um período complexo. “Além das aulas do ensino médio, fazia também aulas de matemática, química e programação do NAAH/S PR (Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação) e também aula de robótica no CEEBJA, com as aulas do Cursinho pré-vestibular da Unioeste”, conta Vitor.

Já a mãe Irene decidiu trilhar esse caminho com o filho preocupada com a distância de onde eles moram até o PTI (Parque Tecnológico Itaipu), local em que ocorrem as aulas do curso de Engenharia Elétrica. Ocorre que Vitor possui problemas de saúde, entre eles epilepsia e asma. E aí o que era para ser somente o amor de mãe se expressando, acabou se tornando numa iniciativa prazerosa e empolgante. “Acabei gostando da ideia de voltar a estudar. Tenho um curso técnico de auxiliar de enfermagem, mas não consegui exercer a profissão, pois não me adaptei em ver o sofrimento alheio”, explica Irene.

Durante o processo de preparação para o vestibular, mãe e filho se ajudaram. Para Irene, um desafio maior, afinal havia ficado 24 anos sem estudar. “Foi uma experiência diferente, porém positiva, pois um incentivava o outro. Além disso, saber que despertou o interesse nos estudos novamente nela, gerou uma satisfação imensa em mim”, comenta o jovem, destacando que valeu a pena todo o esforço. “Foi difícil. Pois tive que desenvolver uma rotina de estudos e relembrar muitos conteúdos”, destaca a mãe Irene.

A prova do vestibular, conforme praxe na Unioeste, era de alto nível, o que tornou a aprovação uma feliz surpresa ainda maior. “Fiquei muito surpresa, pois o Vestibular estava muito difícil, sendo que a prova durou o dia inteiro. Na hora que vi o resultado, nem acreditei. E o mais importante foi saber que irei cursar Engenharia Elétrica ao lado do meu filho Vitor”, diz Irene emocionada. O sentimento è compartilhado pelo filho. “A sensação é maravilhosa! Ser aprovado em um vestibular, é um sentimento de felicidade, que só quem passou por isso, sabe. Além disso, saber que minha mãe também foi aprovada no vestibular, aumenta ainda mais essa sensação de alegria”, comenta Vitor.

Agora, mãe e filho vão compartilhar a rotina diária em casa e também no ambiente acadêmico. A expectativa de Vitor, ao se formar, è trabalhar na área de tecnologia e poder integrar os conhecimentos de engenharia, com a robótica e automação. “Futuramente penso em fazer mais uma graduação, porém na área de software, provavelmente o curso de Análise e desenvolvimento de sistemas no IFPR”, avalia. Irene também pretende exercer a profissão. “Meu objetivo é atuar na área de engenharia se tiver oportunidade no mercado de trabalho, pois quando concluir, já estarei com 56 anos”, finaliza, brincando com sua idade.

Mãe e filho foram aprovados juntos para o curso de Engenharia Elétrica, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Foz do Iguaçu. Agora, eles não compartilham apenas a rotina familiar, mas também a acadêmica.

A melhor parte de tudo é a conquista de um sonho antigo para o filho Vitor Gabriel Cagol, e que agora está sendo vivida ao lado de sua mãe, Irene Cecília Cagol. O estudante está animado com a nova etapa. “É indescritível a alegria e o orgulho de saber que minha mãe foi aprovada junto a mim no vestibular da Unioeste e no mesmo curso. Saber que vencemos juntos e que teremos a oportunidade de cursar e formarmos juntos em Engenharia Elétrica na Unioeste gera uma satisfação imensa”, declara Vitor.

Irene também expressou sua felicidade: “Ao saber da aprovação do meu filho, me senti feliz e muito orgulhosa por saber que valeu a pena todo o esforço e dedicação aplicados desde o início da vida escolar dele, sendo totalmente em colégios da rede pública. A esperança agora é de aprendermos juntos, obtendo experiências maravilhosas, concluindo o curso e nos formando”, diz.

Para o estudante, ser aprovado em Engenharia Elétrica na Unioeste sendo aluno da rede pública é sinônimo de orgulho. “Ter realizado o cursinho pré-vestibular gratuito da própria universidade foi um diferencial no momento da prova, fazendo com que a alegria e a esperança na educação pública sejam ainda maiores”, finaliza.

Segundo o coordenador do curso de Engenharia Elétrica, Prof. Elídio Lobão, o sentimento é de alegria com a notícia. “Fico muito feliz com esta notícia de que mãe e filho juntos frequentaram as aulas do cursinho e juntos conseguiram aprovação no curso de Engenharia Elétrica. Com certeza será uma experiência riquíssima para ambos, que os aproximará profundamente e trará desdobramentos positivos para suas vidas e de sua família também”, conclui.

Para a coordenadora do cursinho pré-vestibular da Unioeste, campus Foz do Iguaçu, Profa. Berenice Borssoi Juraszek, ambos são a representação real e concreta da superação, frente a todas as dificuldades. “Isto demonstra a importância de uma rotina de estudos, participar ativamente das aulas e da educação pública. Outro ponto que me chamou atenção nessa aprovação, o papel da mulher-mãe, ela foi o encorajamento do Vitor, sempre presente, isso é de uma grandiosidade humana. Desejo sucesso para eles, e que a história de vida deles seja exemplo para a juventude e geração adulta”, finaliza a professora.