A importância do relacionamento humano dentro da engenharia
Historicamente, os engenheiros são tidos pela sociedade como profissionais com ampla capacidade de resolução de problemas em razão da visão sistêmica que as diferentes formações nas áreas de exatas proporcionam. Esta é uma virtude dessas profissões que vem se mantendo com o passar dos anos e, de fato, é determinante para posicionamento da engenharia como referência e relevante destaque no mercado.
No entanto, numa sociedade em constante mudança e evolução, é imprescindível que, além da formação técnica tradicional, os engenheiros possam desenvolver também ferramentas de comportamento humano.
Na linha do tempo de relações de trabalho, definia-se como “bom profissional” aquele com boa formação acadêmica e com bom nível de conhecimento no respectivo campo de atuação. Esta definição tinha um caráter mais objetivo, quantitativo, focado em equipamentos, processos e sistemas. Hoje, para definição de “bom profissional”, além do domínio técnico propriamente dito – que não deve ser desprezado – há outras métricas mais subjetivas, qualitativas, com mensuração um pouco mais complicada e que precisam também ser consideradas. No livro “Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, o autor Daniel Goleman traz o conceito de “duas mentes” – a racional e a emocional – e explica como, juntas, elas moldam nosso destino.
Muito se comenta que a contratação profissional se dá pelo currículo, enquanto a demissão, pelo comportamento, como já dizia Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna. Em termos mais atuais: a contratação se dá pelas hard skills (habilidades técnicas), enquanto a demissão, pelas soft skills (habilidades comportamentais). Sem maiores aprofundamentos, tem-se como soft skills, em rol exemplificativo: resiliência, colaboração, flexibilidade, comunicação assertiva, empatia, ética.
Engana-se quem pensa que as necessidades relacionadas às soft skills restringem-se aos líderes, gestores, coordenadores. Obviamente, elas estão presentes nessas funções estratégicas. Contudo, cada vez mais, os engenheiros “na ponta” precisam também desenvolver as ferramentas de relacionamento humano para lidar com tudo e com todos ao seu redor. Não há como negar a presença de tais ferramentas dentro das engenharias, já que a materialização da obra ou do serviço a ser prestado passa necessariamente pela relação com líderes e subordinados e com clientes e fornecedores.
Chega o momento da vida profissional no qual muitos engenheiros percebem que o conteúdo majoritariamente técnico que foi determinante para trazê-los até aqui, não será suficiente para levá-los adiante sem que se tenha também o desenvolvimento de ferramentas de relacionamento humano.
Leonardo Cesar Marçal Mathias é engenheiro eletricista (UEL/2010), engenheiro de segurança do trabalho (UEL/2011), especialista em estratégias sustentáveis em energia (UP/2015) e especialista em psicologia organizacional, gestão de equipes e bem-estar (PUC-PR/2023).
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5 comentários em “A importância do relacionamento humano dentro da engenharia”
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Olá, Álvaro! Obrigado pelo comentário. Esperamos que essa abordagem faça sentido a todos os profissionais, independente do nível de experiência; afinal as mudanças nos atingem sem distinção!
Muito boa esta matéria Léo, vou repassar para filhos, sobrinha e norinha que estão na vida acadêmica e logo estarão na vida profissional. Obrigada!!
Obrigado pelo feedback, Rosane! Já repassamos ao Eng. Leonardo! 😀
Parabéns Leo, pelo artigo, como sempre, você com sua visão aguçada e voltada para a realidade que estamos vivenciando.