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Nova metodologia prevê núcleo básico compartilhado para cursos de Engenharia

Publicado em 6 de dezembro de 2022

PUCPR cria núcleo básico compartilhado por cursos das Engenharias da Escola Politécnica

Laboratório da PUCPR

Em 2018 a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) implementou mudanças estruturais em todas as suas matrizes curriculares criando um Núcleo Comum para todos os cursos das Engenharias da Escola Politécnica. “Este conjunto de disciplinas que compõem o Núcleo Comum foi amplamente discutido pela comunidade acadêmica interna e resultou em uma estrutura de quatro semestres comuns e compartilhados entre todos os cursos das Engenharias da Escola Politécnica. O curso de Agronomia, por fazer parte de outra estrutura acadêmica em outra Escola da PUCPR, não foi integrado nesta iniciativa”, explica o Decano da Escola Politécnica da PUCPR, Marco Antonio Paludo, formado em Ciência da Computação. A Universidade serve de exemplo por ter se antecipado às novas Diretrizes Curriculares (DCNs).

Uma das justificativas para a mudança, segundo Paludo, é a implementação dos currículos orientados por competência. “Entendemos que várias das iniciativas implementadas pela PUCPR estão se mostrando eficazes para a continuidade e sustentabilidade dos cursos. Alguns dos fatores como o Núcleo Comum, os currículos orientados por competências e a adoção de práticas de metodologias ativas de ensino são determinantes para a redução da evasão e pelo sucesso dos estudantes em suas atividades acadêmicas e, logo na sequência, profissionais”.

Para o coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Crea-PR, Engenheiro Agrônomo Almir Gnoatto, a iniciativa é válida. “Algumas instituições estão optando por este modelo em que os estudantes fazem as mesmas matérias nos dois primeiros anos e depois decidem para qual área se sentem mais aptos de acordo com seu perfil. É uma iniciativa interessante porque dados mostram que a evasão ocorre no máximo até o quinto semestre e esta metodologia pode ser uma forma de reter o estudante na área”, avalia.

O Engenheiro Agrônomo José Abramo Marchese, coordenador do Colégio de Instituições de Ensino (CIE) da Regional Pato Branco do Crea-PR e coordenador Estadual do CIE/Crea-PR, ressalta que este modelo já é adotado em países como Argentina, há algum tempo, e que tem vários pontos positivos como diminuir a evasão nos cursos. “A única ressalva é que isso pode resultar em turmas muito numerosas, o que torna mais difícil de aplicar o que as novas DCNs demandam, como a implementação dos currículos orientados por competências e aplicação de metodologias ativas de ensino”, observa.

Carlos Eduardo Lino Moreria, estudante de Engenharia Civil, aprovou a ideia. Ele ingressou na PUCPR com bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em 2018. “Quando ingressei não sabia desta mudança de metodologia e me surpreendeu. Fiquei muito mais confortável para escolher a área que gostaria. Acabei optando por permanecer na Engenharia Civil mesmo, mas sei que se minha opção fosse outra seria muito simples mudar”, explica.

Ele se forma no final deste ano e conta que as matérias iniciais contribuíram para uma convivência maior entre os estudantes, o que fortaleceu o networking entre eles. “Senti ainda um ganho em relação ao conhecimento porque convivi com estudantes com diferentes habilidades e afinidades em áreas distintas”, avalia.

Processo

Paludo explica que toda a preparação para o lançamento começou pelo menos três anos antes da efetiva publicação das matrizes. “Os alunos ingressantes no ano de 2018 são os primeiros das Engenharias que perpassaram por todas as Competências, inclusive nas disciplinas denominadas Certificadoras, que são as que demonstram que o estudante adquiriu efetivamente cada uma das Competências”.

O Decano informa que se trata de um trabalho em contínuo aprimoramento. “Como as matrizes curriculares dos cursos devem estar frequentemente em evolução, mesmo antes do término do primeiro ciclo das novas matrizes, complementações já foram realizadas para iniciarem em 2023, tanto em função da escuta ativa dos estudantes, quanto do mercado e das organizações parceiras. Seguindo a prática de alguns cursos das Engenharias com acreditação ABET, todos os cursos das Engenharias criaram no ano de 2021 os Conselhos Empresariais, para escuta dos órgãos e empresas parcerias, assim como para aproximar a integração da academia com o mercado regional e nacional”, compartilha.

“Entendemos que várias das iniciativas implementadas pela PUCPR estão se mostrando eficazes para a continuidade e sustentabilidade dos cursos”, – Decano da Escola Politécnica da PUCPR, Marco Antonio Paludo

Ações realizadas pela PUCPR nas Engenharias

Entre as principais mudanças implementadas nas atuais matrizes dos cursos das Engenharias da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é possível destacar as seguintes ações já implementadas:

  • Criação do Núcleo Comum das Engenharias;
  • Concepção de Currículos orientados por Competências;
  • Reestruturação completa de disciplinas para trazer significância maior para os estudantes e seu aprendizado;
  • Criação de disciplinas Certificadoras de Competências;
  • Adoção de métodos para aprendizagem ativa dos estudantes;
  • Fortalecimento dos Projetos de Monitoria;
  • Programa de apoio e aperfeiçoamento de habilidades em Língua Portuguesa, Matemática e Física;
  • Equipes de Competições e Hacathons regionais e nacionais.

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