Combate à Violência contra Mulheres
Crea lança no Paraná, em parceria com o Governo do Estado, selo da ABNT que reconhece boas práticas na defesa das mulheres
O Crea-PR e o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), juntamente com outras instituições e empresas, lançaram, em agosto, o Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra Mulheres.
A certificação é uma iniciativa da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Instituto Nós Por Elas (NPE) para reconhecer empresas comprometidas com a causa da prevenção e do combate à violência contra as mulheres.
A coordenadora do Comitê Mulheres do Crea-PR, engenheira agrônoma Adriana Baumel, explica que a orientação é para que organizações, públicas e privadas, assegurem os direitos das mulheres e a redução dos índices de desigualdade e violência, por meio do cumprimento de 14 requisitos para difusão dessas boas práticas.
“As organizações que assumem o compromisso de combate à violência contra a mulher desempenham um papel fundamental para prevenção e redução dos índices estatísticos relacionados a essa forma de violência. Comprovado o efetivo cumprimento dos requisitos, recebem o Selo Nós por Elas/ABNT” – eng. agr. Adriana Baumel
“As organizações que assumem o compromisso de combate à violência contra a mulher desempenham um papel fundamental para prevenção e redução dos índices estatísticos relacionados a essa forma de violência. Comprovado o efetivo cumprimento dos requisitos, recebem o Selo Nós por Elas/ABNT”, conta.
A assinatura do Termo de Compromisso faz com que o Crea-PR promova o direito das mulheres. “Não somente no ambiente interno, mas difundindo as boas práticas para as entidades de classe, instituições de ensino e empresas que compõem o Sistema Profissional”, evidencia.
E como ressaltado pelo presidente do Crea-PR, engenheiro agrônomo Clodomir Ascari, “significa dar um passo extremamente importante na construção de um futuro mais justo e igualitário para todos, especialmente para as mulheres na sociedade. Praticamente 80% do PIB do Paraná passa pelo trabalho das engenharias, com 138 diferentes títulos profissionais. Somos 76 mil profissionais, sendo aproximadamente 15 mil mulheres”.
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai apoiar a ABNT na certificação das empresas solicitantes do Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra Mulheres. “As expectativas são as melhores, pela oportunidade de o Tecpar poder fazer parte dessa implementação e do processo de mudança na sociedade. O programa de certificação do selo está em estruturação, mas a intenção é que as empresas interessadas realizem seu processo com a nossa divisão de certificação”, explica o diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss.
“As expectativas são as melhores, pela oportunidade de o Tecpar poder fazer parte dessa implementação e do processo de mudança na sociedade. O programa de certificação do selo está em estruturação, mas a intenção é que as empresas interessadas realizem seu processo com a nossa divisão de certificação” – diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss
A ideia seria que o Tecpar Certificação audite as práticas das empresas para categorizá-las dentro dos indicadores da normativa. Com essa certificação, as empresas podem atestar que cumprem determinados requisitos e receber o selo. “Uma das iniciativas que queremos promover é que as auditorias sejam sempre realizadas por auditoras mulheres, colaboradoras do instituto. Para isso, vamos formar novas auditoras internamente para elas atuarem na ponta e poderem verificar o cumprimento dos requisitos”, antecipa Kloss.
O diretor-presidente também evidencia a importância de a iniciativa ser capitaneada pelo Governo do Estado. “Desta forma, ganha um caráter de política pública, unindo governo e instituições que hoje atuam na prevenção e combate à violência contra a mulher para levar ao mercado uma solução que traz ganhos sociais e econômicos para o país. Acreditamos que só com informação é possível promover mudanças. E o Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra Mulheres vem nesta direção: apresenta diretrizes e indicadores possíveis para as empresas seguirem e implementarem, promovendo-as com um selo que as apresenta ao mercado como uma empresa com engajamento social”.
Mas ele também reconhece que há desafios a serem superados. “Um dos principais desafios seria engajar as empresas para fazê-las entender que receber o selo é um diferencial de mercado, que atesta à sociedade que as organizações asseguram os direitos das mulheres, contribuindo com a redução dos índices de desigualdade e violência no país. É um desafio e ao mesmo tempo uma oportunidade, tanto para a organização interessada quanto para o Tecpar, por agir em prol da equidade de gênero e do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)”, avalia.
Como vai funcionar
A certificação é aplicável a organizações públicas ou privadas, independente da sua dimensão, localização e tipo de negócio. As empresas podem ser classificadas com selos bronze, prata, ouro ou platina, dependendo da quantidade de ações adotadas para proteção da mulher contra a violência.
Os critérios para adesão foram definidos pelo Instituto Nós Por Elas. Ao todo, são 14 itens que podem ser analisados pela certificadora para definir o nível de comprometimento à causa da prevenção e do combate à violência contra a mulher. A avaliação do cumprimento dos requisitos é certificada pela ABNT.
Entre os critérios estão a promoção de ações educativas com os funcionários, a capacitação de colaboradores para saberem receber e encaminhar denúncias, adoção de regras de compliance e bancos de talento específico para vítimas de violência doméstica.
“A adesão pode acontecer de maneira gradativa. A empresa pode ver, primeiro, quais são os requisitos que ela já cumpre. Depois, ver quais ela consegue desenvolver a curto prazo para, na sequência, traçar um plano para cumprir os outros requisitos a longo prazo, por isso a certificação tem diferentes níveis”, explicou a presidente do Instituto Nós Por Elas, Natalie de Castro Alves.
Com o selo, as empresas têm reconhecimento social por iniciativas focadas nas mulheres, principalmente por oferecer um bom ambiente de trabalho e por alinhar ações internas com a Agenda 2030 – ODS 5 – Igualdade de Gênero.
“As mulheres muitas vezes passam mais tempo no ambiente de trabalho do que em casa. Então o trabalho tem que ser um local onde ela possa se sentir segura para levar esse tipo de denúncia. Antigamente, se uma mulher sofria uma violência em casa e precisava faltar o trabalho, ela corria o risco de ser demitida. Hoje, a empresa pode ser um ponto focal para ajudá-la”, disse a presidente do Instituto.
O programa está em processo de estruturação para que em breve seja oferecido ao mercado. “Mas a ideia da participação do Tecpar no processo seria de verificar nas organizações interessadas se o Manual de Boas Práticas da ABNT está sendo cumprido e em quais requisitos, porque cada um deles tem um peso diferente para a obtenção do selo. A partir da certificação pelo Tecpar, a ABNT vai fornecer o selo em uma das quatro categorias: bronze, prata, ouro ou platina, dependendo da quantidade de ações adotadas. De qualquer forma, a nossa equipe do Tecpar Certificação já está treinada para receber as demandas sobre o selo e dar o direcionamento adequado”, aponta Kloss.
(Com informações da Agência Estadual de Notícias – AEN).
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