O papel do Geógrafo na LGPD
VEJA PORQUE PROFISSIONAIS HABILITADOS DA ÁREA ESTÃO EM ALTA
As Geociências são o principal caminho para entender modelos complexos da sociedade – seja na economia, na saúde ou no desenvolvimento das cidades.” Essa citação é do geógrafo Jorge Campelo, quando questionado pelo Crea-PR sobre os principais avanços recentes da Geografia. Se há dados que precisam de interpretação para indicar padrões ou referências, há um geógrafo para ler, correlacionar e mapear esses dados, construindo indicadores. Com a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em 2020, e o fato de estarmos em uma sociedade com a maior disponibilidade de dados da história, amplia a importância da atuação destes profissionais. Apesar de não precisar de uma formação específica para trabalhar com a LGPD, a elaboração e criação de dados devem seguir procedimentos e métodos que demandam profissionais diretamente ligados a geomarketing, Big Data, Business Intelligence, Data Analyst e áreas afins. Na prática, isso significa que é papel do geógrafo utilizar sua capacidade de síntese para correlacionar diversas fontes de dados, sejam elas físico-químicas, ambientais, territoriais e tecnológicas. “As geociências convalidam a necessidade da aplicação da LGPD, que ainda é muito frágil e pouco clara sobre alguns pontos como, por exemplo, a geolocalização”, avalia o geógrafo e coordenador da Câmara Especializada de Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho – CEAEST – do Crea-PR, Danilo Giampietro Serrano. Para ele, há poucos geocientistas com amplo entendimento do que é, de fato, um dado baseado em localização e seu grau de sensibilidade. “Hoje, este dado é coletado irrestritamente por todas as redes sociais existentes”, completa Serrano.
Muito além da LGPD, a geociência tem papel fundamental no que diz respeito a Internet das Coisas (IoT) e na construção de cidades inteligentes, também chamadas Smart Cities. Em um evento promovido pelo Crea-PR para celebrar o Dia do Geógrafo, a geógrafa Grazielle Carvalho afirmou que a construção de uma cidade inteligente passa, necessariamente, pelo conhecimento, c/ levantamento de dados e a identificação de prioridades. Na opinião de Danilo Serrano, o grande salto se dará com a evolução das tecnologias de redes sem fio mais rápidas e estáveis, como a 5G e suas sucessoras, e a disseminação de sensores pelas cidades conectados em modelos de redes mesh.
Formação acadêmica
Diante do cenário atual, e o que se planeja para o futuro, os profissionais que tiverem em sua formação capacidade de síntese serão cada vez mais exigidos no mercado de trabalho. “Hoje podemos afirmar que, mesmo com a grande evidência deste segmento, não existe uma Instituição de Ensino que forme um profissional especialista em LGPD. Por isso, é fundamental estar atento na formação continuada e nas possibilidades do mercado, pelo menos no que tange à formação de geógrafos, engenheiros, cartógrafos e agrimensores”, finaliza Serrano.
Sobre a LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados – Lei Federal n.o 13.709/2018 – estabeleceu o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
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