Rastreabilidade na mira
Brasil dá resposta às polêmicas envolvendo o setor agropecuário, um dos mais importantes em termos de rastreabilidade
A rastreabilidade brasileira esteve em destaque nos noticiários no final do ano, mas não por motivos positivos. Uma polêmica envolvendo o Carrefour, que anunciou a suspensão da venda de carnes do Mercosul, e as declarações do deputado francês Vincent Trébuchet, comparando a carne brasileira a lixo, geraram grande repercussão e críticas ao Brasil.
No entanto, o país já possui ações concretas para aprimorar a rastreabilidade no setor agropecuário. Uma delas é o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, lançado em dezembro, que visa qualificar e aprimorar a rastreabilidade ao implementar um sistema de identificação individual para cada animal, permitindo acompanhar seu histórico, localização e trajetória.
Essa medida fortalecerá os programas de saúde animal, agilizará a resposta a surtos epidemiológicos e reforçará o compromisso do Brasil com os requisitos sanitários dos mercados internacionais. Como destacou o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, o Brasil está implementando um sistema de rastreabilidade inédito no mundo, com regras mais rigorosas em relação ao controle sanitário, social e ambiental. A implementação será gradual, com previsão de atingir todo o rebanho até 2032.
Carla Susana Rodrigues, coordenadora do 8° Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (8º SIPOA), do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), explica que a rastreabilidade é fundamental para garantir que as práticas agrícolas e pecuárias atendam aos padrões de sustentabilidade e bem-estar animal. ”Ao facilitar o monitoramento das práticas ambientais e de manejo, a rastreabilidade contribui para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a proteção do meio ambiente e do bem-estar animal”, reforça.
Além disso, a rastreabilidade é uma ferramenta eficaz no combate ao desmatamento ilegal e à exploração animal. “Ao rastrear a cadeia produtiva, é possível identificar práticas ilegais e garantir que os animais sejam tratados de acordo com padrões éticos e legais de bem-estar, contribuindo para a produção de alimentos seguros”, enfatiza.
Nas indústrias produtoras de carne, os estabelecimentos de abate são responsáveis por garantir a identidade, a qualidade e a rastreabilidade dos produtos, desde a produção primária até a chegada ao consumidor. Esses estabelecimentos devem manter um cadastro atualizado dos produtores e implementar programas de melhoria da qualidade da matéria-prima e de educação continuada dos produtores.
Paraná
O Paraná lidera as exportações de carnes para outros países, sendo que os valores representam 18,4% de todas as exportações de carne feitas pelo Brasil nos nove primeiros meses do ano de 2024.
“Os números demonstram que, no contexto global, observa-se que a implementação dos controles de rastreabilidade estão cada vez mais sendo exigidos dos produtos a serem exportados, a fim de garantir que atendam a padrões sanitários, ambientais e sociais adequados”, avalia a coordenadora do 8º SIPOA do Mapa.
”Ao facilitar o monitoramento das práticas ambientais e de manejo, a rastreabilidade contribui para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a proteção do meio ambiente e do bem-estar animal” – Carla Susana Rodrigues
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