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A profissão na prática

Residência Técnica permite vivenciar teoria aprendida sob supervisão de profissionais gabaritados

“A experiência adquirida durante a Residência Técnica foi um divisor de águas em minha vida profissional, já que, até então, eu enfrentava dificuldades para me inserir no mercado de trabalho do setor privado. Ao longo dos dois anos de projeto adquiri um vasto conhecimento, não só no âmbito profissional, como para a vida também. Além de conhecer melhor o mecanismo de trabalho dentro do órgão ambiental, consegui incrementar vários atributos técnicos pessoais, por conta da multifinalidade na realização de tarefas, como a comunicação com o produtor rural e com personagens públicos”.

O depoimento é do Engenheiro Florestal Yuri Guimarães Vieira Coelho, que participou do Programa de Residência Técnica (Restec) em Engenharia e Gestão Ambiental, no Instituto Água e Terra (IAT), em Toledo, entre 2018 e 2020, e atualmente é empresário.

Matheus Eduardo Heberle Nichetti, Engenheiro Florestal, também já participou da Residência Técnica no IAT. Ele atuou em vários setores como Fiscalização Florestal, análise e licenciamentos florestais e ambientais. “Trabalhar com os experientes técnicos oportunizou meu crescimento profissional e ampliou minha visão sistêmica em relação às análises dos procedimentos de licenciamento ambiental”, resume.

Para ele, passado um tempo da experiência veio a “convicção de que as orientações compartilhadas se tornaram ferramentas fundamentais no exercício diário dos diferentes tipos de licenciamentos ambientais que trabalho.” Após a experiência, Nichetti atuou como profissional autônomo dedicando-se à elaboração de projetos ligados à área ambiental e florestal, e agora é técnico na Prefeitura Municipal de Pato Branco, na Secretaria de Meio Ambiente, chefiando a Divisão de Arborização Urbana e Controle Sanitário.”, resume.

Ambos participaram do Programa de Residência Técnica (Restec) do Governo do Paraná, que é coordenado pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio da Coordenadoria de Ensino Superior (CES), e desenvolvido em parceria com as Universidades Estaduais do Paraná e os órgãos e autarquias da Administração Direta. Foi instituído pela Lei nº. 20.086/2019 (leia mais no box).

Os profissionais foram alunos do Engenheiro Florestal e Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos, Eleandro José Brun, Conselheiro do Crea-PR que, vendo os bons resultados deste tipo de iniciativa participou também do Edital de seleção de projetos de residência profissional agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

“Foi interessante pelo fato de ter sido a primeira, para mim, e também uma das primeiras iniciativas brasileiras na área de Engenharia Florestal que se tem notícia. O projeto foi aprovado inicialmente durante a pandemia, fato que fez com que muitos coordenadores de outros projetos desistissem de sua execução”, conta o professor.

Segundo ele, após a aprovação, foi formalizado convênio entre a universidade e o MAPA, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MAPA, envolvendo também a FUNTEF (Fundação de Apoio à UTPFR). Após todos os processos formais, a seleção dos residentes foi iniciada.

“A seleção tem ocorrido de forma tranquila, porém, a procura pelas vagas fica aquém do esperado, em função, principalmente, do momento que vive o setor florestal como um todo, com significativa disponibilidade de vagas para empregos com salário superior ao valor da bolsa oferecida. Mesmo assim, das oito vagas disponibilizadas, seis já foram preenchidas e os residentes selecionados iniciaram suas atividades no mês de outubro de 2022. As duas vagas ainda remanescentes devem ser preenchidas em novo edital entre os meses de outubro e novembro”, ressalta Brun.

No Programa de Residência Profissional Agrícola do MAPA os estudantes recebem bolsa de R$ 1.200 mensais, além de apoio das empresas com alimentação, hospedagem e transporte. As atuais empresas parceiras do projeto são a Remasa Reflorestadora S.A. (Bituruna), a Florestal Ouro Verde (Toledo), a Neofloresta Serviços Ecossistêmicos (Dois Vizinhos) e a Ouro Verde Engenharia e Topografia (Dois Vizinhos).

Segundo Brun, é importante que mais editais surjam. “Os editais de apoio à residência profissional por órgãos públicos e por empresas reforçam a integração entre as universidades, empresas e oportunizam a inserção de jovens profissionais no mercado de trabalho”.

Foto meramente ilustrativa

Programa governamental

Restec apresenta oportunidades, inclusive específicas para engenheiros e arquitetos

O Programa de Residência Técnica (Restec) do Governo do Paraná é coordenado pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio da Coordenadoria de Ensino Superior (CES), e desenvolvido em parceria com as Universidades Estaduais do Paraná e os órgãos e autarquias da Administração Direta. Foi instituído pela Lei n.º 20.086/2019, que revogou uma Lei anterior (Lei n.º 16.020/2008) que já previa a Residência Técnica no Paraná.

“De 2019 para cá já formou 2,5 mil bolsistas com investimentos de R$ 130 milhões. São estudantes que recebem formação para atuação no serviço público”, explica o Superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, mestre em Educação e doutor em História.

Dentro da iniciativa existe a Residência Técnica em Projetos e Obras Públicas (Restec POP), com ênfase em edificações e em infraestrutura viária de transportes, específico para recém-formados em Engenharia Civil ou Arquitetura e Urbanismo.  

“O objetivo da residência é fomentar o aprimoramento profissional e contribuir para a promoção de serviços públicos mais eficientes, proporcionando tecnologia e inovação nos segmentos atendidos, além do aperfeiçoamento contínuo nas áreas de edificações e infraestrutura viária de transportes”, afirma a coordenadora-geral do programa na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Engenheira Civil Gabriela Mazureki Campos Bahniuk. 

“E os residentes têm oportunidade de entender o funcionamento da administração pública, todos os desafios e responsabilidades inerentes ao trabalho, incluindo as que se referem a inovações”, ressalta.

A Restec é direcionada a profissionais graduados nos últimos três anos. Os residentes recebem bolsa mensal no valor de R$ 1,9 mil, mais auxílio-transporte. Para acompanhar o lançamento desses editais de residência (que podem acontecer em diversas áreas), os profissionais devem acompanhar o site da Seti.

Benefícios da Residência Técnica aos participantes

  • Aplicação prática e direcionada dos conhecimentos profissionais técnico-científicos adquiridos na universidade;
  • Desenvolvimento das habilidades emocionais (soft skills) em harmonia com equipes de chefias, colegas e colaboradores, além da interação com a sociedade;
  • Complementar os conhecimentos universitários;
  • Participar do relacionamento universidade e empresa;
  • Possibilidade de contratação efetiva do residente para o quadro efetivo das empresas.

(Fonte: Engenheiro Florestal Eleandro José Brun)

O mercado de trabalho para Engenharia Florestal está em alta. Ouça o porquê explicado pelo Engenheiro Florestal, Eleandro José Brun

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