Entidades de Classe: base do Sistema Profissional
São as Entidades de Classe que congregam e fazem a ponte entre os profissionais das áreas tecnológicas e o Crea-PR
As Entidades de Classe (ECs) estão na base do conselho profissional. São elas que atuam a nível municipal e estadual e que congregam os profissionais afetos ao Sistema Confea/Creas. São, em grande parte das vezes, a porta de entrada dos jovens estudantes ao mundo do associativismo e do entendimento de como funciona o Sistema. Também é delas que provêm e despontam muitas lideranças.
“Tenho histórico de participação em ECs já desde o curso de graduação como aluno de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Londrina. Naquele tempo comecei a participar do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL). Assistia palestras, cursos e eventos. Meu interesse aumentou e segui participando mesmo depois, como jovem formado, já morando em Cascavel, onde atuei na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel (AEAC). Lá, assumi cargos como secretário, diretor, vice-presidente e presidente”, relata o Engenheiro Civil Ricardo Rocha, presidente do Crea-PR, sobre sua trajetória até assumir, por dois mandatos, a liderança do Conselho.
“Sem dúvida isso foi fundamental porque tive uma formação neste período sobre o que é associativismo, a relação dele com nossas profissões, o trabalho cooperativo entre profissionais – networking – a participação das ECs no Crea e a forma como isso acontece na atuação dos conselheiros e inspetores. Tive uma rica formação do associativismo no Oeste do Paraná, uma região que cultua muito este valor”, conta.
Foi essa formação na base do trabalho que despertou a vontade de assumir novos cargos e de se envolver e atuar na defesa das profissões. “Na gestão sempre tivemos o associativismo em alto valor como base do Sistema Profissional, mas identificamos uma fragilidade no processo com muitas ECs passando por dificuldades financeiras e dívidas. Nosso foco, então, foi equacionar estas questões. Buscamos ampliar o Edital de Chamamento Público e consolidamos o Programa de Apoio à Sustentabilidade das Entidades de Classe (ProEC)”.
Soma-se a este esforço o trabalho de dar mais visibilidade às ECs, por meio dos programas Agenda Parlamentar e Frente Parlamentar. “Trazendo, com isso, avanço em participação dos profissionais em representações, comitês, conselhos e em várias ações que as ECs desenvolvem em suas regiões e também em nível estadual. Entendo que hoje chegamos a uma maturidade em que existem recursos disponíveis para sustentabilidade das ECs com apoio também de acesso a recursos para estandes em eventos e disponibilizados pelo Conselho Federal e pela nossa Caixa de Assistência – Mútua”, explica Rocha.
Mas, para ele, além da recuperação financeira e fortalecimento das ECs, o fato de elas buscarem outras fontes de recursos com parceria com a Itaipu e a Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), por exemplo, é uma satisfação. “Tivemos muitos avanços dentro dessa perspectiva”, comemora e completa: “Associativismo sempre. Ontem, hoje e amanhã!”
Para o gerente do Departamento de Relações Institucionais (DRI) do Crea-PR Claudemir Marcos Prattes, as ECs estão cada vez mais fortalecidas e, com isso, ganham todos. “Associações fortes geram valor aos profissionais associados. Desdobram-se em serviços que tornam os profissionais mais ativos e cientes de sua responsabilidade junto ao Sistema Profissional e junto à sociedade com atuação ética. Também trazem ao Conselho contribuições valiosas por meio de novas ideias e da participação efetiva”, resume.
Filho de peixe, peixinho é!
Engenheiro Mecânico Carlos Henrique Wild praticamente cresceu dentro do associativismo

Esse ditado define bem a história do Engenheiro Mecânico Carlos Henrique de Bona Wild com seu pai, recentemente falecido, Engenheiro Civil Carlos Roberto Wild. Nomes parecidos, trajetórias também. Em comum, além do parentesco, os interesses e a dedicação da vida à engenharia e ao trabalho no associativismo.
Carlos Henrique tem 30 anos e lembra com orgulho da atuação do pai, um líder que deixou saudade e um legado de trabalho ético, além de muitas amizades na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Marechal Cândido Rondon (AREA-MCR), no Crea-PR e no mercado de trabalho. “Logo depois de formado meu pai iniciou a carreira como engenheiro. Trabalhou com topografia, obra pública e obra privada. Casou com minha mãe, Marta Beatriz de Bona Wild, em 1982, quando ainda era estudante e, ela, professora. Em 1986 mudaram para Marechal Cândido Rondon, onde começaram a construtora Plena.
Já neste começo de vida profissional Wild iniciava, paralelamente, sua vida no associativismo. “Ele participou das primeiras reuniões da fundação da associação”, lembra o filho, que, na época, era muito novo ainda. Mas, aos cinco anos ele lembra de já acompanhar o pai e demais familiares nos eventos festivos. “Tenho uma memória afetiva destes encontros na região. Nós gostávamos muito do futebol. Meu pai nunca jogou muito bem, mas sempre estava presente e participando. Ele gostava mesmo era do evento, da união, de ver todo mundo junto.”
Carlos também tem memórias de quando o pai assumiu a presidência da entidade. “Me orgulhava muito dele estar à frente dos eventos e das ações. As viagens em que tínhamos que sair bem cedo de casa foram muito marcantes”.
E com toda essa influência do pai, a decisão de Carlos ingressar na Engenharia foi natural. Mas escolheu a Engenharia Mecânica. “Conversei muito com ele e trocamos ideias na época e ele não me pressionou em momento algum para fazer Engenharia Civil. Ele me deixou muito à vontade para escolher. Mas hoje, refletindo, eu acredito que no coração dele ele preferiria que eu tivesse optado pela Engenharia Civil.”
“Comecei os estudos e gostava de provoca-lo dizendo que Engenharia Civil é muito fácil – é tudo parado. Já na mecânica tem que fazer a mesma coisa, mas de forma que se mexa. Ríamos. Era uma brincadeira, claro, sabemos da importância e diferença das duas profissões”.
Quando foi para o mercado de trabalho, lembra que sempre estavam, pai e filho, juntos nos debates sobre Engenharia e também na atuação junto à EC e ao Conselho. E a vida foi passando. “Em 2022 tivemos uma conversa que mudou tudo. Meu pai disse que valorizava e sentia que eu era bem sucedido, mas que gostaria que eu trabalhasse com ele na construtora da família. Em 2023 isso realmente aconteceu. Começamos a trabalhar juntos, mas eu ainda conciliava minhas outras atividades. Em agosto, ele me pediu para ficar de forma exclusiva na empresa. Concordei e pedi desligamento das outras funções. E esse é um momento muito emocionante para mim porque no dia 1 de setembro eu assumiria integralmente e no dia 31 de agosto ele sofreu um infarto e nos deixou de forma muito repentina”, conta, “eu realmente iria assumir a empresa porque nosso chefe, nosso capitão não estava mais presente no barco”, explica, emocionado.
Mas as boas lembranças e, principalmente, o exemplo, ficou. “Eu tive uma vida muito boa com meu pai, convivemos por 29 anos e eu aprendi muito com ele sobre engenharia e também como ser humano e homem”, pondera.
Os últimos meses foram de intensa interação. “Estávamos viajando muito para eventos do Crea-PR, pois o pai havia assumido também a coordenação estadual do CDER -Colégio de Entidades de Classe do Crea-PR. Lembro até de uma viagem em que fomos de carro. Foram oito horas conversando sobre tudo que tínhamos de planos e como a vida estava bem encaminhada. Ainda falei para ele: tá até estranho porque na vida as coisas não são tão alinhadas. Demos risada. Isso foi apenas 30 dias antes dele falecer”.

Carlos frisa que o trabalho agora é dar continuidade a tudo o que era feito por ele. Wild estava na presidência da associação pela terceira vez. “Embora fosse um incentivador da renovação, ele pediu para ser novamente eleito. Não sabíamos, mas foi sua despedida”. Esteve na presidência nas gestões 1998/1999; 1999/2000 e 2023.
Carlos Roberto Wild deixou o filho para seguir seu passos e continuar a caminhada, também uma filha – Gabriela de Bona Wild, casada com Mateus Henke e mãe de Lucas Wild Henke (dois anos) e de Laura Wild Henke (dois meses). A mais nova nasceu dez dias após o falecimento do avô. Também sua esposa. A AREA-MCR, onde atuou com tanto afinco, participa anualmente do PCQ e festejou, recentemente, seus 35 anos de atividade.
IEP, 97 anos de associativismo!
A mais antiga associação do Paraná e a parceiraa com o Conselho

No âmbito das ECs que integram o Crea-PR o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) merece destaque por seu tempo de atuação. São 97 anos, destes, 89 anos partilhados com a existência do Crea-PR. “Entendemos que o trabalho do Conselho é muito importante, pois permeia todas as entidades sejam elas grandes, médias ou pequenas. As ECs são essenciais dentro do funcionamento do Conselho e têm, em sua essência, o fortalecimento dos profissionais, das profissões e a missão de levar conhecimento técnico aos seus representados. Elas são os profissionais dentro do Sistema Profissional. Unidos somos mais fortes”, avalia o Engenheiro Civil José Carlos Dias Lopes da Conceição, presidente do IEP.
Segundo ele, nesta história de parceria, tem convênios exemplares, como o fornecimento de equipamentos para o auditório do IEP com a contrapartida de seu uso e de diversas salas por parte do Crea-PR. A entidade participa, ainda, do Encontro Paranaense de Entidades de Classe (EPEC).
“Os Editais de Chamamento Público se tornaram uma excelente fonte de parcerias do Crea-PR com as Entidades de Classe, auxilia e facilita o planejamento de ações das Entidades de Classe e a abertura do Crea-PR tem trazido melhorias constantes e impactantes nos editais e principalmente na sua execução, dentro do IEP estamos buscando ampliar estas parcerias com o Crea-PR”. No PCQ, a última participação foi no 7 ciclo e neste ano o Instituto retorna esta importante iniciativa.
Conceição reconhece o valor destas iniciativas. “São benefícios que representam uma forma de retorno do Crea-PR para os profissionais. As ECs que captam estes recursos podem promover a valorização e aperfeiçoamento. Já o PCQ ajuda as ECs na melhoria dos seus processos de gestão, além de grande utilidade para avaliação, diagnóstico e desenvolvimento de sistemas de gestão”.
Para as entidades com menor representatividade ou com menos tempo de existência, o presidente evidencia a importância de buscarem a sustentabilidade financeira por meio de serviços prestados para os associados, em investimentos que tragam resultado financeiro. “Ter muita resiliência e criatividade”, recomenda Conceição.
Ele também enfatiza a importância de todas as ECs defenderem a boa engenharia em todos os níveis de organização da sociedade. Seja nos entes de governo federal, estadual e municipal, seja junto ao legislativo, ou junto ao judiciário. “Existem muitas decisões que são tomadas por leigos e que afetam a sociedade como um todo e que em geral trazem muita ineficiência de resultados, por isso nossas entidades têm a missão de se manifestar sempre que possível”, alerta.
Números e dados do IEP
>> 4 mil associados
>> Parcerias e convênios com outras entidades, empresas e órgãos públicos
>> Busca da renovação de ideias e elevação da qualidade profissional, trabalhando como força motriz na construção de fortes vínculos em torno da ética e do profissionalismo reunindo Engenheiros de todas as modalidades, Geólogos, Geógrafos, Meteorologistas e Arquitetos, nos mais diversos campos de suas atividades profissionais.
>> Projetos em andamento: Mulheres na Engenharia, o projeto IEP do Futuro, o projeto Mural da Engenharia, parcerias com Universidades e outras associações nacionais e internacionais.
Colégio de Entidades de Classe – CDER
Reunião dos oito coordenadores regionais trata de questões importantes ligadas às ECs
O Crea-PR tem oito regionais: Apucarana, Curitiba, Cascavel, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco e Ponta Grossa. Cada uma delas conta com um grupo de presidentes ou representantes das Entidades/Associações da região que formam o Colégio de Entidades de Classe Regionais (CDER). Os oito coordenadores desses colégios formam o Colégio de Entidades de Classe Estadual (CDER/Estadual), que é a reunião de coordenadores dos Colégios de Entidades de Classe Regionais com o presidente do Crea-PR.
“Trata-se de uma rede de colaboração essencial que desempenha um papel vital na promoção da sustentabilidade e no fortalecimento das ECs, com o objetivo claro de contribuir para o crescimento e a excelência das profissões. Em resumo, os coordenadores do CDER, com destaque para o coordenador estadual, têm a responsabilidade de liderar, coordenar e representar as ECs em suas regiões, contribuindo para o fortalecimento das profissões regulamentadas e a promoção de interesses comuns. Eles desempenham um papel fundamental na governança, no desenvolvimento estratégico do Conselho e na valorização das profissões”, define o Engenheiro Agrônomo Silvério Cândido da Silva, coordenador do CDER/Estadual.

“O CDER congrega presidentes e demais representantes das entidades para avaliar e discutir propostas comuns. Por congregar os presidentes de todas as ECs do Estado, o CDER é o local onde propostas em comum são discutidas, e apresentadas com mais força para a devida tramitação junto ao Crea-PR. Fui coordenador regional (Curitiba) e estadual do CDER nos anos de 2021 e 2022, e em 2022 acumulei também a coordenação nacional do CDER. Foi enriquecedor pois temos contato com as diversas realidades das ECs do Estado e do Brasil, e as boas práticas realizadas por cada associação, no intuito de promover melhorias para o funcionamento das nossas entidades e do Sistema Confea/Creas”, – Eng. Amb. Luiz Guilherme Grein Vieira, presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais (APEAM)
Participam os oito coordenadores, representando os Colégios de Entidades de Classe Regionais do Paraná, bem como o presidente do Crea-PR. Entre as atividades do CDER está a organização do Encontro Paranaense de Entidades de Classe (EPEC), do Prêmio Crea-PR da Qualidade (PCQ) e o Prêmio Destaque Profissional.

Prêmio Crea da Qualidade (PCQ)
Em seu 16 ciclo, prêmio reconhece ECs que se destacam em gestão
O Prêmio Crea de Qualidade tem por missão fortalecer e promover excelência em gestão nas ECs pelo reconhecimento das organizações profissionais que comprovem alto desempenho em suas gestões. É voltado às ECs cadastradas no Crea-PR, que possuam área de abrangência no Paraná e que encaminhem a ficha de inscrição do ciclo ao Conselho.
A premiação acontece anualmente e é revelada durante o EPEC. As ECs participantes são enquadradas em categorias: Categoria Pequenas Entidades de Classe; Categoria Médias Entidades de Classe e Categoria Grandes Entidades de Classe.

“A associação se fortaleceu com a participação e conquista nas premiações do Crea-PR, uniu a diretoria e obteve maior número de associados e participação nos eventos técnicos. As iniciativas são excelentes e serve para a EC rever seu planejamento, suas execuções e seu relacionamento com os associados e com a comunidade, mostrando sua importância no contexto social. Participamos do PCQ desde 2011 e já recebemos várias premiações, além de sermos contemplados duas vezes com o Prêmio Inovação e Boas Práticas. Nosso desafio é manter o status que alcançamos”, – Eng. Agr. Edson Roberto Silveira, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pato Branco/PR (AEAPB)

“O PCQ é um incentivo e uma das maneiras de auxiliar na gestão administrativa, social e cultural das ECs. Para nós, da Associação de Engenheiros de Segurança do Trabalho (ASENGEST), participar do PCQ junto com outras associações, e ficar em primeiro lugar na categoria pequenas ECs pela segunda vez, foi muito importante e gratificante. Depois que começamos a entender a importância do PCQ para a EC, conseguimos nos organizar melhor, mesmo sabendo que ainda temos muito para melhorar, e dessa forma trazer mais benefícios aos nossos associados, e profissionais, pois a Segurança do Trabalho está inserida em todos os campos das Engenharias e Agronomia”, – Eng. de Seg. do Trab. e Eng. Eletric. Fabiana Yuka Sasaki Endo, ex-presidente da ASENGEST (presidente à época da premiação)

“A participação da ASENGEST no PCQ tem sido valiosa em vários aspectos. Primeiramente, ela proporciona uma oportunidade da associação se organizar enquanto entidade por meio do atendimento a critérios de gestão e otimização de áreas importantes de uma entidade. Além disso, estar com índice de atendimento elevado ao PCQ garante que estejamos sempre fortalecidos. Recomendo fortemente que outras associações considerem participar. A primeira participação foi em 2019 e ganhamos 2° lugar em 2020 e 1° lugar em 2021 e 2022. Temos 77 associados e dez anos de atividade”, – Eng. de Seg. do Trab. Edipo Henrique da Silva, presidente da ASENGEST

“A participação em cada Ciclo do PCQ ajudou nossa entidade em diversos setores. No relacionamento com a comunidade, nas políticas públicas, no treinamento e capacitação de diretores e colaboradores, gestão, marketing, atração de novos associados. Podemos dizer que essa participação alavancou o crescimento do CEAL. É muito válida esta iniciativa, porque não é só o prêmio, é um incentivo para as entidades buscarem o aperfeiçoamento continuo. O CEAL vem desde 2015 sendo premiado no PCQ. Atualmente conta com 5.275 associados sendo 3.383 profissionais e 1.892 estudantes”, – Eng. Eletric. Brazil Alvim Versoza, presidente do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL)
Edital de Chamamento Público
Consolidada, ferramenta disponibiliza recursos às ECs para importantes iniciativas
O Crea-PR disponibiliza anualmente um Edital de Chamamento Público. Para 2024, edital já publicado, o valor disponibilizado será de
R$ 3 milhões para propostas com vistas a apoio financeiro, por meio de Termo de Fomento/Colaboração; execução de projetos oriundos de ECs e projetos propostos pelo Crea-PR, sendo que ambos serão executados por ECs registradas no Conselho.
“Os editais trazem resultados positivos para as ECs e seus profissionais associados. Os eventos e atividades realizadas têm trazido maior visibilidade e têm contribuído com a atualização tecnológica dos profissionais, com a divulgação da legislação e ética profissional e a valorização da importância das Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), registro profissional e fiscalização do Sistema Confea/Creas”, explica o gerente do DRI, Claudemir Prattes.
Ele alerta que as ECs interessadas em participar devem ficar atentas aos prazos estipulados em edital e que pode ser consultado a qualquer momento no site do Conselho (ver QR Code).
“Essa distribuição de recursos é muito importante para a EC. A nossa associação já captou recursos para cinco projetos: foram quatro cursos e uma revista técnica no valor de aproximadamente R$ 138 mil. Vamos participar do edital de 2024 também. Nossa intenção é captar recursos para realizar seis cursos e seguir com a revista”, detalha o Engenheiro de Segurança do Trabalho Fernando Ribeiro dos Santos, presidente da Associação Platinense de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Apla).
Para ele, os recursos auxiliam principalmente a melhorar a estrutura física da EC e qualificar os associados. “Os profissionais, vendo a associação fortalecida, também se animam mais a participar”. A Apla conta com 80 associados.
Já para o Geógrafo Erivelto Alves Prudencio, presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Regional Maringá (AGB-RM), os editais seguem um modelo de análise criterioso, cuidadoso e democrático. “E que, apesar de considerar no processo avaliativo o número de associados da EC, consegue valorizar a proposta encaminhada e, por consequência, valorizar a associação”, avalia. A AGB-RM já captou aproximadamente R$ 322 mil entre os anos de 2021 a 2023 e pretende encaminhar novos projetos para o edital de fomento deste ano.
Segundo ele, “é uma iniciativa importante porque divulga o Conselho e oferece aos associados e integrantes do CreaJr-PR eventos e ações que promovem o conhecimento e mostram que a entidade encontra-se ativa e atuante junto aqueles que representa.”
Prudencio ainda aponta uma visão mais ampla e diferenciada da questão: “Os recursos captados movimentam setores da economia diversos, não só da Engenharia, Agronomia e Geociências, mas também advogados, administradores, profissionais do audiovisual, profissionais de eventos, de jornalismo, designers e tantos outros profissionais que se aproximam do Conselho e passam a conhecer melhor o Sistema. Isso significa aproximação com a sociedade que passa, também, a conhecer melhor o Crea-PR.” A AGB-RM tem 45 associados e atua junto com a empresa Júnior CONGEO UEM para formar geógrafos com objetivo de aumentar seu quadro associativo.
Já a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Apucarana (AEAA) conta com cem associados e participa desde 2018 dos editais. Neste período já captou recursos da ordem de R$ 200 mil. “Utilizados na realização de cursos com palestrantes de renome nacional, cursos de patologias, cursos sobre energias renováveis e elaboração de revistas técnicas para distribuição aos profissionais e a sociedade interessada. A entidade pretende participar do próximo edital e de outros sequentes”, informa a Engenheira Civil Miriam Elena Favaretto Corbacho, presidente da AEAA.
Segundo ela, os recursos ajudam a aumentar o quadro associativo. “Vemos com muita gratidão a iniciativa de implantar e aprimorar os Editais de Chamamento Público na gestão do presidente Ricardo Rocha. No formato atual, o edital realmente auxilia as ECs. Também destaco que contamos com todo o suporte em caso de dúvidas e necessidade de auxílio prestado pelos funcionários do Departamento de Relações Institucionais (DRI). As melhorias implantadas trouxeram facilidades, em especial, na prestação de contas”.
“Essencial essa distribuição de recursos, como falamos sempre na abertura dos projetos, é o recurso que o profissional paga das ARTs que volta para eles em forma de aperfeiçoamento profissional”, completa o Engenheiro Eletricista Brazil Alvim Versoza, presidente do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL).
O CEAL captou aproximadamente R$ 1,5 milhão e participou de todas as edições dos Editais de Chamamento, que foram utilizados em cursos, palestras, Revista Técnica, workshop e visitas técnicas para mais de 1,5 mil participantes desde participa da iniciativa. “E já estamos na fase de prospecção de temas para cursos, sugestões para eventos e implantação de projetos para participarmos do próximo edital”, antecipa.
Versoza afirma ser visível o impacto nos associados. “Mais pessoas se interessam em participar, além de motivar quem já é associado. Com o mercado cada vez mais competitivo, é muito importante que o profissional tenha condições de aprimorar seus conhecimentos com bons palestrantes, com artigos relevantes nas revistas – que são usadas em sala de aula nas faculdades – com oportunidades de relacionamento profissional com excelentes profissionais que o Edital proporciona. As ECs tem um papel fundamental nesse processo e creio que é a forma mais concreta e segura do Conselho em contribuir com o desenvolvimento das profissões”, conclui o presidente do CEAL.
ProEC auxilia na sustentabilidade das ECs
Fundamental principalmente para as pequenas e médias ECs, programa dá suporte em diversas questões

Desde 2017 o Conselho realiza o Programa de Apoio à Sustentabilidade das Entidades de Classe (ProEC), que é coordenado pelo CDER. Trata-se de um conjunto de ações a fim de buscar o equilíbrio financeiro e de gestão das ECs.
Na prática, o programa é composto por ciclos de seminários realizados duas vezes ao ano. “O objetivo é reunir representantes das 100 ECs do Paraná para debater assuntos que envolvem o segmento das Engenharias, Agronomia e Geociências”, explica o gerente do DRI, Claudemir Marcos Prattes.
A 9ª edição aconteceu recentemente, nos dias 28 e 29 de setembro, em Ponta Grossa. “Sempre é uma honra receber e sediar eventos de grande porte junto ao Conselho, abrindo as portas da associação para os colegas e representantes de outras entidades mostrando suas experiências e também mostrando um pouco da AEAPG, da estrutura e trabalhos do associativismo em Ponta Grossa”, avalia o Engenheiro Civil José Felipe Zemniczak, presidente da Associação Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG), que sediou a 9ª edição do evento.
Sobre o ProEC, ele entende ser um programa que permite auxilio e troca de conhecimento entre as ECs sobre gestão e organização. “Das nove edições, tive a oportunidade de participar de três e observei que os treinamentos e as palestras foram importantes para abrir o pensamento para novas maneiras de gerir a EC com inovação, visto que tudo se transforma e muda rapidamente. É fundamental a entidade se adaptar principalmente na divulgação de seus trabalhos realizados com mídias despertando o interesse dos profissionais pelo associativismo, uma das medidas que AEAPG adaptou foi a atualização do site e a entrada na rede social Instagram, afinal, quem não é visto não é lembrado”.

A AEAPG completa este ano 46 anos de fundação. Conta com representantes em 12 Câmaras Técnicas da cidade, contribuindo com conhecimento em assuntos de relevância municipal. São 480 sócios ativos.
“O ProEC pode ser considerado a ‘coluna vertebral’ das pequenas ECs, pois além de ajudar no desenvolvimento do sistema de gestão, ainda instiga as associações a buscarem a excelência nas suas ações, obtendo assim, um grande retorno social”, salienta o Engenheiro Ambiental Alcides Pascoal Junior, presidente da Associação dos Engenheiros do Vale do Ivaí (Asseavi).
E ele descreve a importância contando a experiência da Asseavi. “A associação, assim como grande parte das ECs, passou um período de quase extinção, devido a diversos motivos relacionados a gestão, perdendo assim a sua representatividade e prestígio na região de atuação. Para que a associação continuasse ‘viva’, recebemos todo o apoio necessário para a promoção de eventos, assessoria documental, interface com gestores públicos, palestras sobre o Sistema Confea/Creas, entre outras ações que revalidaram nossa história. Com o ProEC, a associação mudou a forma de atuação, com uma visão ampla de gestão, mantendo-se mais organizada e unida”, enaltece Pascoal Júnior.

Para mostrar os resultados, o presidente da Asseavi cita alguns dados: o número de associados passou de 67 em 2019, para 94 em 2023. Pontuação obtida nos ciclos do PCQ, passou de 128 para 803 (Ciclo 3 para o Ciclo 15), e a porcentagem obtida passou de 11% para 49% (Ciclo 4 para o Ciclo 15).
Em busca de mais representatividade
Associações em ascensão evidenciam ações do Crea para sustentabilidade e crescimento
O Engenheiro Civil, Vinícius Perin, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná (Sudenge) tem um histórico de participação no Crea-PR. Já foi coordenador Adjunto do Colégio de Entidades de Classe da Regional Pato Branco (CDER-PB) e é conselheiro suplente na Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC). Com esta participação conta que tem uma visão mais clara de como as ações do Conselho vem melhorando ao longo dos anos. “Temos mais recursos disponíveis e diversas modalidades que as entidades podem solicitar de apoio, além do apoio na parte de divulgação e marketing”, conta.
A Sudenge participou de todas as edições do EPEC e do PCQ. E os resultados são visíveis. “Quando a nossa diretoria assumiu a associação em 2021, tínhamos aproximadamente 30 sócios pagantes, atualmente são 70 sócios pagantes, além dos sócios acadêmicos que são aproximadamente dez. Essa crescente muito se deve, aos eventos, palestras, feiras que a associação vem realizando nesses três anos com o apoio do Conselho.”
Em 2022, a Sudenge recebeu R$ 80 mil reais para diversas ações. “Eu vejo o Crea como um pai para as associações, pois é ele o motivo da existência de cada associação e é o órgão que auxilia no desenvolvimento e sustentabilidade de cada EC, gerando oportunidade de melhoria e de acolhimento aos profissionais. As associações são a base do Sistema”, avalia.
A Sudenge também atua em consonância com a sociedade. É associada da Associação Empresarial de Francisco Beltrão (ACEFB) com a qual desenvolve o Programa Empreender. Também é mantenedora do Observatório Social do Brasil – Francisco Beltrão, onde realiza o Projeto Foco na Obra. Ainda mantém um termo de cooperação com o município de Francisco Beltrão, para a realização do Projeto De Papel Passado, voltado à regularização fundiária.
A Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (APEF), fundada em 1967, é a entidade de Engenheiros Florestais mais antiga do Brasil, e voltou a integrar o Sistema no ano de 2023. Conta com aproximadamente 150 sócios ativos.
“Desde o retorno temos participado nos eventos realizados pelo Crea. Estamos participando do PCQ, Edital de Chamamento e ProEC, e participaremos do EPEC deste ano, inclusive com uma apresentação de caso de sucesso em uma das oficinas técnicas do evento”, comemora o Engenheiro Florestal Luiz Antonio Mota Nunes de Melo, presidente da APEF.
A EC buscou recursos de R$ 13 mil junto ao Edital de Chamamento Público para realização de um evento. “Foi importante porque tivemos várias adesões novas durante e após o evento.”

Uma EC relativamente nova, a Associação Norte-paranaense dos Engenheiros Ambientais (Anpea) fui fundada em 2017 e tem 105 associados. “Este ano temos muitas ações previstas. Eventos, cursos e seminários estão com muitos participantes e com um foco muito grande nos estudantes, e isso é possível graças ao apoio do Conselho”, frisa o Engenheiro Ambiental Marcos Vinicius Costa Rodrigues, presidente da Anpea. Em 2023 a Anpea realizou o primeiro Green Tech, um hackton de inovação que proporcionou a criação de diversos projetos ligados a tecnologia, ética, legislação e valorização profissional, o evento contou com mais de 300 participantes e foi um destaque entre os projetos do Edital de Chamamento do Crea-PR neste ano.
49° EPEC – foco no futuro
Evento congrega as ECs, traz conhecimento e têm eventos paralelos e premiações


Tradicional no calendário de eventos do Crea-PR, o Encontro Paranaense das Entidades de Classe (EPEC) tem sua 49º edição nos dias 24 a 27 de outubro, em Foz do Iguaçu. Acontecem, durante o evento, ainda a Cerimônia do Mérito, o 32º Fórum de Inspetores e o 16º PCQ. Além das entregas dos: Prêmio Inovação e Boas Práticas; Prêmio Destaque Profissional.
“O evento representa a integração e a oportunidade para que os participantes troquem ideias, conhecimento e insights para projetos futuros. Temos quase cem ECs vinculadas ao Crea que, direta ou indiretamente, representam mais de 30 mil profissionais”, evidencia o gerente do DRI, Claudemir Marcos Prattes. O evento é organizado e coordenado pelo CDER-PR.
Informação de valor
O Darwinista digital, fundador da CPC, empresa focada em negócios e transformação digitais e seus impactos na sociedade, Carlos Piazza, será um dos palestrantes convidados para o EPEC e falará sobre “Inteligência Artificial, complemento para a AI Generativa e CHATGPT”.
O palestrante fala sobre a importância do tema: “É preciso estar atento às tecnologias exponenciais que, combinadas entre si, promovem mudanças não só na sociedade, mas também na forma com que as coisas são feitas, atualizando rapidamente possibilidades, realidades e novas formas de fazer. Não estar atento às questões da AI – prefiro chamar de deep learning e machine learning, que diz respeito a redes neurais – cujas discussões estão aquecidas devido à perturbadora presença em um nível de desenvolvimento que já ultrapassa o que foi previsto há poucos anos. Tecnologias colapsam civilizações inteiras, tecnologia recria a própria humanidade e AI está entre as tecnologias mais pronunciadas e uma das que mais requerem entendimento, não só pela forma de utilização, mas também pelo que significa em nossa sociedade contemporânea”, destaca.
Segundo ele, a AI revoluciona a própria engenharia, uma vez que cálculos que demandavam décadas agora demandam poucas horas. A capacidade de cálculo e de simulação, pode chegar facilmente a 200 petaflop, o assustador marco de 200 quatrilhões de cálculos por segundo, além de ter uma capacidade de lidar com enormes volumes de dados, proporcionando um ambiente de simulação que ultrapassa a capacidade humana de compreensão. Aliada a outras tecnologias, como realidade aumentada, realidade virtual, realidade mista, pode inclusive simular construções inteiras, com todos os seus cortes, simulando não só a aparência das criações, como também é capaz de auto calcular tudo que está sendo demandado, desde que abastecido com informações relevantes e em formato adequado e com possibilidade de aprendizado de máquina, para propiciar um processo de “inteligentificação” dos processos”, explica.
É preciso, segundo ele, entender que o uso de tecnologias emergentes aumenta a segurança e que não é um tema novo. “Mas a atualização é necessária para se fazer frente aos requerimentos cada dia mais acentuados de cidades inteligentes, de necessidades ESG, da metrificação de tudo, da autogestão. O risco em não se atualizar significa permanência de padrões mais antigos que vão se deteriorando rapidamente, com a presença de tanta tecnologia exponencial, que precisa ser urgentemente compreendida, articulada e, claro, aportada. Em um mundo cada vez mais tecnológico é premente a adoção de todas as tecnologias combinadas entre si, para que possa promover não só construções mais seguras, mas também como a entrada de novas tecnologias, como, por exemplo, as tecnologias estruturantes, diga-se respeito a impressoras 3D e 4D, tecnologias regenerativas, que estão despontando também na indústria da construção. Não é uma questão de se usar por usar, mas de entender que novos competidores já estão usando e com muita frequência e a pesquisa não para nunca, promovendo novas ideias, quebrando paradigmas e apresentando outras formas de se fazer tudo ao nosso redor”, ressalta.
Outra palestra importante é sobre “Gestão do Amanhã”, que será proferida por José Salibi Neto, coautor do livro Gestão do Amanhã, entre outros. Salibi conviveu e trabalhou por mais de duas décadas com todos os principais pensadores da gestão, como Peter Drucker, Jack Welch, Michael Porter e Philip Kotler e líderes mundiais como Bill Clinton, Tony Blair, Al Gore e Rudolph Giuliani. É cofundador da HSM, empresa líder em Educação Executiva.
“O pensamento gerencial, a maneira de se gerir as organizações, desde empresa até escritório de engenharia não acompanharam o desenvolvimento da tecnologia e por meio dos nossos livros e palestras apresentamos um pensamento mais alinhado com o mundo em que vivemos. Abordamos liderança, estratégia, cultura, relacionamento com o cliente, inovação e educação”, cita o palestrante sobre o tema que vai abordar.
O objetivo é mostrar o equilíbrio entre pensamento gerencial e a evolução da tecnologia para que se tenha um sistema de gestão que absorva a questão da velocidade. “Hoje temos um sistema de gestão muitas vezes arcaico, lento e que impede de acompanhar as mudanças, que são muito rápidas”, conta.
O palestrante traz sua visão de mais de 35 anos de experiência de trabalho em gestão. “A ideia é que os participantes do evento saiam do evento com ferramentas práticas e o caminho para aplicar os conhecimentos que serão abordados.”
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