Fomento à Inovação
Universidades Estaduais se destacam em polos estratégicos para a produção científica, tecnológica e inovação, mas faltam ações práticas e investimentos

Recentemente, o Governo do Estado lançou o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação e o Pacto pela Inovação, ferramentas que visam incentivos à inovação e integração entre universidade, poder público e setor produtivo. O instrumento legal abrange a nova Lei de Inovação nº 20.541/2021, para o fomento da pesquisa científica, tecnológica e de inovação. E também a Lei de Fundações de Apoio à Pesquisa nº 20.537/2021, que moderniza a relação entre as universidades estaduais, hospitais universitários (HUs) e instituições de pesquisa científica e tecnológica (ICTs) com as fundações.
O assunto agora está em debate e as universidades estão desenvolvendo suas Políticas de Inovação e Tecnologia, uma das exigências para que as ICTs desenvolvam ações relacionadas ao Marco Legal.
“São iniciativas importantes que norteiam a inovação e vão incentivar a produção científica. Mas, infelizmente, não serão de acesso a todos porque acabam beneficiando cursos que já tem visibilidade e são atrativos ao setor privado, infelizmente”, opina o Engenheiro Agrônomo Ricardo Antonio Ayub, professor de Agronomia com ênfase em fruticultura da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
O professor e Engenheiro Químico, Camilo Freddy Mendoza Morejon, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), reforça a importância da consolidação da cultura da inovação como fator estratégico. “Temos conseguido trabalhar com a nossa infraestrutura e nosso capital intelectual desenvolvendo pesquisas aplicadas, com base de problemas, demandas e desafios provenientes do setor produtivo. O resultado tem gerado soluções tecnológicas inovadoras, na maioria dos casos, com patentes nacionais e também internacionais. Ao mesmo tempo, temos conseguido concretizar as transferências de tecnologia para benefício da sociedade e do mercado como um todo”, informa.
Ambos os professores trabalham com inovação há muitos anos. “Em 2002, ainda sem o Marco Legal, iniciamos a tramitação do primeiro pedido de patente da Unioeste, que se concretizou em 2004. De lá para cá, do total de produção na área de inovação, nosso grupo de pesquisa conseguiu gerar em torno de 59 tecnologias, 49 depósitos de patentes brasileiras, 2 patentes internacionais e 15 cartas-patente.”
Segundo ele, o mais importante é a negociação em torno de 70% de processos de transferência de tecnologia nos moldes da Lei de Inovação. “Desta forma, estamos conseguindo contribuir com a transformação do conhecimento em produtos, processos e tecnologias inovadoras os quais devem potencializar o desenvolvimento inovador”, afirma o professor Morejon que é também coordenador do Grupo de Pesquisa em Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento Territorial Inovador (GPinova) da Unioeste.
O professor Ayub, que também tem várias patentes registradas, destaca a importância dessa produção. “A universidade gera riqueza por meio do conhecimento e da formação de pessoas capacitadas contribuindo com o desenvolvimento do Estado, inclusive formando pessoas preparadas para assumir cargos importantes em diversas empresas e órgãos governamentais”, resume.
Ele apenas lamenta que “parece que o ensino público está caindo em descrédito. Não é valorizado o potencial de recursos humanos e de capacidade de produção científica gerado.”

Fortalecimento do ecossistema de inovação no Paraná
O Governo do Estado criou uma série de medidas que compõem o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação. Entre elas estão a Lei de Inovação (Lei nº 20.541/2021), que estabelece incentivo à pesquisa científica e tecnológica, e a Lei de Fundações de Apoio à Pesquisa (Lei nº 20.537/2021), que moderniza a relação entre as universidades estaduais, hospitais universitários (HUs) e instituições de pesquisa científica e tecnológica (ICTs) com as fundações.
Sancionada em abril deste ano pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, a nova Lei de Inovação incentiva o fomento às políticas públicas de desenvolvimento econômico, social e sustentável. O objetivo é promover ações em segmentos estratégicos, priorizando as regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Entre as medidas previstas, a regulamentação vai aprimorar os critérios de elegibilidade para o acesso de startups a mecanismos de apoio, como subvenção econômica e bônus tecnológico, propiciando recursos financeiros, humanos e tecnológicos para o desenvolvimento e validação de modelos de negócios.

Trabalhos em destaque
Conheça duas inovações desenvolvidas na UEPG e Unioeste.
UEPG – DISPOSITIVO ELETRÔNICO DESTINADO À IDENTIFICAÇÃO DE MATURAÇÃO
DE FRUTOS EM POMAR
Dispositivo eletrônico baseado em uma matriz de sensores de gás, de umidade relativa do ar e de temperatura, com características de um “nariz eletrônico”, para detecção de compostos orgânicos voláteis no ambiente, destinado à identificação de maturação de frutos em pomar. O dispositivo indica qual o ponto de maturação do fruto.
O dispositivo difere de um nariz eletrônico convencional pela sua estrutura, uma vez que tem um sistema de ventilação e circulação do ar que permite o fluxo da amostra contida no ambiente por meio da matriz de sensores. Esse sistema de circulação da amostra conta com uma ventoinha na parte superior do dispositivo e furos nas extremidades laterais do equipamento, responsáveis por coletar amostras do ar e manter a pressão do ar constante e renovada dentro da câmara interna do dispositivo.
O sistema é micro controlado para pré-processamento dos sinais dos sensores, com armazenamento dos dados obtidos e comunicação com periféricos (computador) por USB. Um software realiza o pré-processamento, processamento e construção do modelo de aprendizado de máquina, para identificar os padrões olfativos da amostra.
Autores: Engenheiro Eletricista Sergio Luiz Stevan Jr – professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR-PG); Engenheiro da Computação Henike Guilherme Jordan Voss e Engenheiro Agrônomo Ricardo Antonio Ayub, professor de Agronomia com ênfase em fruticultura da UEPG.
UNIOESTE – INDUSTRIALIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
O trabalho está relacionado com a problemática da gestão de resíduos sólidos urbanos, que resultou em um conjunto de tecnologias que viabilizam a industrialização dos mesmos. A pesquisa apontou que, na área urbana, 69% do lixo corresponde aos Resíduos Orgânicos, 23% são os materiais recicláveis e 8% é constituído pelos rejeitos.
Com base nestes dados foram desenvolvidas soluções tecnológicas que conseguem o aproveitamento desses materiais como matérias-primas de processos de industrialização. As inovações tecnológicas apresentam grandes expectativas de impacto econômico e social pela geração de novos empreendimentos industriais com a geração de emprego e renda, em um ambiente salubre, em sintonia com a Lei 12.305/2010 de Resíduos Sólidos.
Autor: Grupo de Pesquisa em Inovações Tecnológicas para Desenvolvimento Territorial Inovador (GPINOVA), da Unioeste, coordenado pelo professor e Engenheiro Químico, Camilo Morejon
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