Inteligência artificial nas eleições
Ferramentas estão cada vez mais sofisticadas e chegam a níveis de interpretação e interação mais naturais

As eleições de outubro estão próximas e certamente todos os usuários de computadores já tiveram contato, mesmo sem consciência disso, com ferramentas de Inteligência Artificial que estão por trás de todo o processo de divulgação e comunicação.
“As ferramentas de Inteligência Artificial podem ser boas ou ruins, de acordo com o uso que é feito delas”, avalia o Engenheiro Mecânico Gilberto Reynoso Meza, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
E quando falamos em período eleitoral, o professor cita duas ferramentas utilizadas largamente: os bots e o Processamento de Linguagem Natural (PLN). “Vimos o uso delas nas eleições americanas e também na última disputa eleitoral no Brasil e, certamente, estão ainda mais difundidas este ano”, diz.
Na verdade, também são ferramentas utilizadas com diversos fins por lojas, para fins culturais e humorísticos, por exemplo, mas aqui vamos abordar especificamente o uso nas eleições.
Bots
Os social bots são perfis automatizados que buscam influenciar o voto dos eleitores nas eleições. Basicamente, são programas, ou chamados de robôs, programados para simular o comportamento humano em perfis on-line. “O que acontece é que utilizadas para fins de influência política estas ferramentas podem disseminar fake news e desinformar a população, além de gerar discussões virtuais”, avalia Meza.
São mais utilizados em ambientes como o Facebook e o Twitter. No Brasil, a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/DAPP) vem estudando o comportamento de perfis automatizados que motivaram debates no Twitter em situações de repercussão política brasileira desde as eleições de 2014.
O levantamento mostrou que, em 2018, contas automatizadas motivaram 20% dos debates em apoio a políticos no Twitter. “Impondo riscos à democracia e ao processo eleitoral”, salienta o documento. “Estes bots podem manipular as pessoas criando a sensação de apoio a um determinado político, por exemplo”, explica o professor Meza.
PLN
O chamado Processamento de Linguagem Natural (PLN), é uma subárea da Inteligência Artificial e foi programado para que a máquina possa interpretar a comunicação humana. “E isso em um nível que a máquina consegue captar até o humor do usuário”, informa Meza.
Isso refletido na realidade das eleições pode fazer com que um determinado político se comunique com seu público de forma mais personalizada, interessante e agradável.
E o professor alerta que, de forma geral, não há como “fugir” destas tecnologias em ambientes virtuais, mas tendo conhecimento pode-se reconhecê-las. “Vale ficar atento e buscar diversas fontes de informação para ser menos manipulado”, adverte.
TSE busca regrar comportamento on-line
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou uma série de regras para direcionar o comportamento online dos candidatos durante o período eleitoral. O trabalho busca coibir o uso de bots para disseminar conteúdos falsos e replicar ofensas e agressões verbais virtuais.
Segundo o TSE, o material consta na resolução 23.671/202, que trata da propaganda eleitoral, horário eleitoral gratuito e condutas ilícitas na campanha. Entre outras questões, o documento define que a propaganda eleitoral paga na internet deve ser feita somente por candidatos, partidos, coligações ou federações partidárias e precisa ser identificada como tal onde for exibida.
“O Tribunal não considera propaganda eleitoral a publicação com elogios ou críticas a candidatos que seja feita por eleitores em suas páginas pessoais. Apoiadores podem publicar conteúdo, mas não devem recorrer ao impulsionamento pago para alcançar maior engajamento. E é proibido contratar pessoas físicas ou jurídicas que façam publicações de cunho político-eleitoral em suas páginas na internet ou redes sociais”, cita a Resolução.
O envio de mensagens eletrônicas aos eleitores que se cadastrarem voluntariamente para recebê-las é permitido, mas é necessária identificação dos emissores e respeito às regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. O TSE exige, no entanto, que haja meios para o descadastramento caso o eleitor não queria mais receber o conteúdo. O Tribunal determina ainda que o disparo em massa de conteúdo eleitoral por meio de mensagens de texto é ilegal e pode levar à cassação do registro da candidatura, inelegibilidade e multa de cinco a 30 mil reais.
Para combater a desinformação nas eleições, o TSE firmou acordo este ano com Facebook, Instagram, Twitter, Google, WhatsApp e TikTok.
(Com informações do TSE)
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