IoT é essencial para o profissional do futuro

Conhecimento sobre Internet das Coisas pode salvar profissionais de se tornarem jurássicos das Engenharias, Agronomia e Geociências

Em algumas áreas não é mais possível imaginar a formação de profissionais que não entendam Internet das Coisas (IoT – Internet of Things). A ferramenta está incorporada ao dia a dia de áreas como Engenharia Mecatrônica, Elétrica, Computação e Biomédica. “Mas a IoT também é um conhecimento essencial para quaisquer áreas”, afirma o Engenheiro Mecatrônico e professor da PUC-PR Ricardo Alexandre Diogo, conselheiro do Crea-PR.

E ele exemplifica: “na Enge-nharia Civil, conceber e projetar edificações inteligentes é requisito. A infraestrutura das cidades também necessita de IoT e a conectividade torna-se essencial para monitorar e coletar os dados sobre o uso da infraestrutura. Assim, pode-se extrair conhecimento e propor novos negócios e serviços ou, ao menos, entender como tornar as construções sustentáveis”, conta Diogo.

A IoT já está presente em várias aplicações. Como na Agronomia com sensores conectados para o campo e para a produção animal. Além disso, já se usa tratores-robôs, que são máquinas complexas e repletas de sensores conectados. “Também nas Geociências que vão usufruir ainda mais dos sensores cada vez mais poderosos e autônomos, levando a hipóteses e conclusões sobre rochas, atmosferas, oceanos, entre outros ainda mais exatas”, diz o conselheiro.

No ensino

Como a IoT está em constante evolução é um desafio o ensino nas universidades e cursos de extensão. “Nas áreas da Engenharia de Controle e Automação, Elétrica e similares, disciplinas ou trilhas de aprendizagem já estão presentes nas matrizes curriculares. Outras formas de atualização que observamos estão sendo oferecidas em cursos de extensão e/ou especialização”, avalia o Engenheiro Mecatrônico.

Outro desafio são as inúmeras formas de aplicação. “As propostas educacionais nunca irão conseguir cobrir todo o conhecimento existente dentro do tempo regulamentado de formação. As Instituições de Ensino e escolas precisam buscar metodologias de ensino-aprendizagem que auxiliem os futuros profissionais a pesquisar, encontrar, aplicar, modificar e disseminar o conhecimento sobre IoT. Ainda, além de obter o conhecimento sobre IoT, o estudante precisa saber como aplicá-lo em situações reais de engenharia, com contexto. Isso acelera o seu processo de formação e permite que o processo de atualização seja autônomo”, justifica.

Fique de olho nos principais avanços da IoT

• Edge computing (computação de borda) – o casamento da microeletrônica com a nanotecnologia tem permitido que dispositivos cada vez menores processem e armazenem dados localmente. Com sensores IoT cada vez mais poderosos, por meio de adoção de técnicas de Inteligência Artificial (IA) e aprendizado de máquina, a computação de borda tem avançado a passos largos. Uma vantagem dela é reduzir a quantidade de dados que sobem para a nuvem, uma vez que os dados são processados localmente no sensor IoT;
  
• Relacionamento das empresas com seus clientes – as lojas passam a se tornar conectadas e mais inteligentes. Com sensores conectados nos negócios de vendas, empresários poderão extrair conhecimento escondido nas vendas e passar a oferecer novos produtos e serviços. Pode se dizer que são lojas inteligentes;
  
• Indústria de processos e de manufatura – os sensores tradicionais passam a dar lugar a sensores conectados e inteligente, extraindo dados e conhecimento sobre o dia-a-dia da produção. Assim, há possibilidade de aumentar a produtividade e reduzir gastos com manutenção, já que a manutenção preditiva se torna uma realidade; 
  
• Área da Saúde – sensores vestíveis (wearables) ou implantes (insideables) contém sensores que podem medir parâmetros do corpo humano e informar em tempo real a condição de saúde de uma pessoa ou apenas gerenciar a rotina de exercícios, alimentação e saúde. A tecnologia avança também para a dispensação de medicamentos de forma mais precisa e econômica;
  
• Cidades Inteligentes – sensores conectados começam a ser notados em sistemas de trânsito, energia, saneamento e outros.