Mapeamento das rodovias do Paraná
Estudo de caso resulta em inovação no levantamento da malha viária e fornece subsídio para diversas demandas do DER/PR

Dez mil quilômetros de rodovias pavimentadas em dez semanas na estrada. Estes são os números que mostram o empenho da Engenheira Civil e de Segurança do Trabalho, Maria Luiza da Silveira Talamini, em um estudo de caso para levantamento das condições das rodovias, realizado sob orientação da professora do Instituto Lactec, Geóloga Isabella Françoso Rebutini Figueira.
“Foi muito cansativo, mas não estive sozinha”, explica a autora, que contou com a colaboração do seu colega de departamento da Coordenadoria de Gerenciamento da Malha (CGM), Engenheiro Civil especialista em Infraestrutura Viária, Celso Marcelo Zen Franco e do motorista Maurílio Santos. “Cada um deles teve um papel importante para a realização do levantamento e no final conseguimos capturar as imagens de toda a malha pavimentada paranaense sob responsabilidade do estado”, afirma Maria Luiza.
O trabalho foi apresentado no Mestrado em Desenvolvimento de Tecnologia, aplicado na utilização de Sistema de Informação Geográfica (SIG) para gestão de pavimentos, pelo Instituto Lactec (2022) e atendeu a uma demanda do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), onde a Engenheira trabalha há quase dez anos.
“Escolhi apenas três rodovias para o estudo de caso, mas viajamos e levantamos toda a malha rodoviária pavimentada do estado. Essa metodologia de captura de imagens do pavimento já é realizada por empresas profissionais, mas o DER/PR não adotava na época por ser considerado um levantamento caro”, explica.
Assim que surgiu a ideia, o primeiro desafio foi reunir o material necessário. “Ganhamos uma câmera GoPro de um engenheiro do DER/PR e os demais equipamentos – baterias, tablet, ventosas – adquirimos por conta própria”, conta a profissional. A iniciativa foi para evitar um processo longo de licitação e despesas para o órgão público. “Também queríamos ter certeza de que o estudo teria resultados positivos antes de o DER fazer investimentos”, diz.
ETAPAS
No DER, Maria Luiza e o Engenheiro Franco compraram os equipamentos. Ele atua diretamente no levantamento da avaliação das condições da malha rodoviária estadual que segue como base a metodologia do Sistema da Administração da Manutenção (SAM) aplicada pelo órgão.
“Esse levantamento visual teve início nos anos 80 e era feito com ferramentas disponíveis na época. Com a evolução tecnológica tivemos a oportunidade de contar com fotos e georreferenciamento, que servem como comprovação da veracidade em que se encontra a pista, exigência de órgãos reguladores do estado”, avalia.
O presidente da Associação dos Engenheiros do DER (AEDER), Engenheiro Civil Júlio Cesar Vercesi Russi, também se envolveu. “Foi ele que me incentivou a fazer o mestrado e publicar o estudo”, reconhece Maria Luiza.



Resultados do trabalho de engenheira no DER/PR
O levantamento de dez mil quilômetros de rodovias pavimentadas em dez semanas na estrada feito pela Engenheira Civil e de Segurança do Trabalho, Maria Luiza da Silveira Talamini, em um estudo de caso para levantamento das condições das rodovias, realizado sob orientação da professora do Instituto Lactec, Geóloga Isabella Françoso Rebutini Figueira, trouxe inovação ao DER/PR com a captura de imagens de toda a malha pavimentada paranaense sob responsabilidade do estado.
Antes, o processo era realizado anualmente de forma superficial e manual por um técnico do órgão que percorria os aproximados dez mil quilômetros de malha pavimentada do Paraná atribuindo notas a elas numa escala de 1 a 5, de acordo com o seu nível de trafegabilidade, classificando-as em condições péssimas, ruim, regular, boa e muito boa de pavimento.
“Esta avaliação era realizada de forma subjetiva, ou seja, este técnico do DER fazia a verificação de maneira visual, do interior de um veículo, atribuindo notas a cada quilômetro percorrido de rodovia, de acordo com a quantidade e nível de defeitos que eram visualizados na pista”, conta a Engenheira.
O objetivo da atribuição desta nota à rodovia é para, além de proporcionar um dado da situação das rodovias anualmente, desenvolver programas de conservação para evitar a degradação da pista. “Porém, em anos anteriores, a veracidade destas notas passou a ser questionada por órgãos controladores do estado e, a partir desse fato, viu-se a necessidade da utilização do SIG como uma ferramenta de validação da avaliação visual de pavimentos que ajudasse a comprovar e a validar estas notas atribuídas em campo pelo técnico avaliador”, explica Maria Luiza.
Assim, o estudo “Utilização do Sistema de Informação Geográfica como ferramenta de validação da avaliação visual de pavimentos” contou com captura de imagens com uma câmera digital do tipo GoPro adaptada à parte frontal do veículo, com informações georreferenciadas do pavimento.
“O material foi de baixo custo com equipamentos de uso comum e o veículo foi o mesmo já utilizado pelo técnico para o levantamento da avaliação da malha. Todas as imagens capturadas em campo, foram organizadas em escritório e inseridas dentro da plataforma georreferenciada, o que permitiu além do armazenamento geoespacializado dos dados a visualização das imagens detalhadas da superfície do pavimento. Além dessas imagens, todas as notas atribuídas aos trechos foram inseridas dentro da plataforma, que possibilitou além da visualização das imagens o mapeamento vetorial da condição do pavimento. Esta plataforma foi inteiramente desenvolvida dentro do servidor do DER e está disponível para consulta de todos os colaboradores do órgão”, explica Maria Luiza.
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