PROJETEK em Londrina: A força da união
Universidades e poder público juntos para auxiliar pequenos municípios com até 30 mil habitantes
A Universidade de Londrina (UEL) foi pioneira na implantação de um escritório de engenharia dentro do ambiente acadêmico para desenvolvimento de projetos que atendam municípios de até 30 mil habitantes. Chamada de Projetek – Escritório de Projetos Executivos de Engenharia e Arquitetura – a iniciativa está prestes a entregar o primeiro projeto: um barracão para o município de Cafeara, no valor de R$ 1 milhão. A cidade tem cerca de 3 mil habitantes.
O escritório iniciou as atividades em maio do ano passado graças a uma parceria entre a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Paranacidade – serviço social autônomo vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedu) – e a Associação de Municípios do Médio Paranapanema (Amepar). Em Londrina, a parceira é a Associação de Municípios do Médio Paranapanema (Amepar). O Crea-PR apoia e participa da iniciativa desde seu planejamento. “Apoiamos a criação do Projetek desde o começo e estamos trabalhando em grupo desde 2021. Reiteramos o nosso apoio e continuamos colocando nossas estruturas regionais à disposição das universidades do todo o Paraná, bem como nossas respectivas gerências”, afirma o presidente do Crea-PR, Engenheiro Civil Ricardo Rocha de Oliveira.
A ideia é suprir as dificuldades que pequenos municípios enfrentam para fazer projetos. “Muitas vezes esses municípios não tem uma equipe técnica ou contam com equipe reduzida e, por isso, enfrentam muita dificuldade para fazer projetos. Isso ficou ainda mais complicado se pensarmos na forma mais eficiente de fazer as edificações com o BIM (Building Information Modeling), que muitas prefeituras não tem como adquirir e não dominam o funcionamento”, afirma o Engenheiro Civil Aron Lopes Petrucci, coordenador do Projetek e professor da UEL.
A Universidade será responsável por 17 projetos em 17 municípios. São edificações, construções e reformas. Além de Cafeara – que já está com seu projeto em finalização – serão ainda atendidos os munícipios de Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso, Centenário do Sul, Florestópolis, Guaraci, Jaguapitã, Jataizinho, Lupionópolis, Miraselva, Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira, Primeiro de Maio, Sabáudia, Sertanópolis e Tamarana. O Crea-PR apoia a iniciativa.
Outras seis universidades estaduais do Paraná terão escritórios do Projetek: Unespar, UEM, UEPG, Unioeste, Unicentro e UENP. Recentemente também foi lançado o Projetek na Unioeste, em Cascavel.
Futuro
Na UEL já está sendo montado também um escritório para o Projetek II. “Será uma nova etapa para atender os pequenos municípios com obras de infraestrutura, como praças, ruas, pontes, bueiros, passarelas, entre outras. Estamos na fase de aquisição de computadores e em alguns meses pretendemos estar com o escritório em funcionamento”, antecipa o professor Petrucci.
Desafios
“O trabalho está andando, mas não na velocidade que gostaríamos”, explica. Os desafios enfrentados, segundo ele, estão na coleta de dados que dependem dos municípios. “Várias inconsistências e demora no envio das informações”, ressalta.
Isso acontece também pela precariedade de informações e de equipes técnicas nas Prefeituras e o primeiro passo para desenvolver o projeto na Universidade é enviar um check list para ser respondido com informações técnicas. “A boa notícia é que, com complemento de recursos do Governo do Estado, foi possível adquirir um drone para que a equipe da UEL possa fazer estes levantamentos”, informa o professor.


Experiência prática
Giovanna Narimatsu Rangel está no quinto período do curso de Engenharia Civil da UEL e participa há seis meses do Projetek. “Eu sempre gostei muito de utilizar os softwares e o projeto trouxe oportunidade de aprender muitos outros programas que eu não sabia. Acredito que isso será um diferencial para me destacar na busca por um estágio”, avalia a estudante. Além disso, ela destaca que a convivência com os professores participantes e acompanhar todo processo tem trazido muito aprendizado. “Aplicar os conceitos que aprendi na sala de aula em um projeto real é muito gratificante e saber que esse projeto vai ajudar um pequeno município é ver na prática a engenharia cumprindo seu papel”, enfatiza a estudante. A Engenheira Civil Monique de Brito Filgueiras concorda com a estudante. “No curso regular os softwares são ensinados, mas não de forma aprofundada e nem a interligação entre eles e isso é um diferencial para quem participa do Projetek”, afirma.
Tecnologia
O Engenheiro Civil Aron Lopes Petrucci ressalta o uso do BIM (Building Information Modeling) na elaboração dos projetos. “Foi fundamental para conseguirmos entregar o projeto de Cafeara. Tivemos algum atraso no envio dos dados, mas pelo BIM conseguimos andar com o projeto e depois, com os dados, ajeitar o barracão”, explica. O professor Petrucci lembra que projetos precisam ser feitos em BIM para estarem em conformidade com a legislação vigente e, assim, as Prefeituras conseguirem acessar recursos governamentais.
O BIM também é um diferencial para os estudantes e para os professores recém-formados, ambos bolsistas, que integram o Projetek. “É uma experiência ótima porque no curso se aprende um pouco sobre os softwares, mas projetar em BIM e ver a interligação de todos os projetos traz um conhecimento muito mais abrangente”, salienta a mestranda em Engenharia Civil com ênfase em tecnologia da construção, Monique de Brito Filgueiras, que é a engenheira responsável por projetos estruturais, reformas e ampliação no Projetek da UEL.

NÚMEROS EM LONDRINA
- R$ 630 mil de recursos do Fundo Paraná
- R$ 32 mil de recursos da Amepar
- 17 municípios atendidos
- 350 mil habitantes beneficiados
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